Bastante procurado por quem deseja proteger o patrimônio contra as crises econômicas, os fundos de investimento em ouro estão entre as principais aplicações, ganhando assim a confiança dos investidores brasileiros.

Para se ter uma ideia, ainda em 2020, os contratos para compra de ouro mais negociados na B3 valorizaram 58%. A dimensão é ainda maior. Se comparado aos ativos reais, o dólar comercial, por exemplo, teve alta no período de mais de 28%, embutida também nos preços do ouro na B3. Por usa vez, o Ibovespa registrou queda de 10%.

Crescendo cada vez mais, esse segmento ganhou força nessa fase. “As taxas de juros baixas ao redor do mundo e a pandemia contribuíram para aumentar a demanda pelo ativo que transmite segurança. O quadro internacional está levando muitos analistas a repensar a tendência do ouro”, explica a estrategista-chefe da Órama Investimentos, Sandra Blanco.

Custos e segurança

Segundo Sandra, é preciso levar em conta que investir em ouro físico tem custos. Por isso, é necessário pensar também na questão da segurança, como: onde você vai guardar? Como transportar?

“Os certificados na Bolsa de Valores têm o custo da custódia e quando se adquire o lote fracionário é desfavorável para o investidor. O lote padrão é o de 250g e atualmente está sendo negociado a aproximadamente R$ 320 a grama, totalizando 80 mil reais. O investidor que quiser aplicar valor menor do que esse perde dinheiro na compra e recebe menos na venda. Aí entram os fundos, com valores mais acessíveis, fácil de aplicar e resgatar, sem a questão da segurança e do transporte”.

Mas, com o preço alto, quanto é indicado investir em ouro? Para Sandra, o ideal deve ser uma parcela do total do investimento. “Sugiro algo em torno de 5%. Como são muitas as variáveis que entram na precificação do ouro, é difícil fazer a previsão. Por isso, eu recomendo cautela com este ativo”.

E já que a palavra de ordem é cautela, Sandra explica que o investidor deve ficar atento às taxas e tributação. “Se for através de fundo, tem a taxa de administração e o imposto segue a tabela regressiva, de 22,5% a 15%, dependendo do tempo do investimento, com antecipação semestral (come-cotas). Nas outras formas, incide custódia e o investidor tem que recolher imposto com DARF, caso as vendas em um determinado mês sejam superiores à R$ 20 mil, abaixo desse valor, é isento”.

Apesar de ser considerado como um mercado bastante volátil, a especialista acredita que investimento é interessante a médio ou longo prazo. “O ouro é uma excelente opção para adicionar retorno à carteira, protegendo-se dos momentos de instabilidade econômica global e também para diversificação”.