29 de janeiro de 2019
Relatório afirma que economia nacional está começando a acelerar e tem muito espaço para crescer
Depois de registrar crescimentos sucessivos nos últimos três anos, a Bolsa de Valores brasileira começa 2019 com ótimas perspectivas. Isso porque o governo federal, recém-empossado, promete avançar com reformas importantes para alavancar a economia do País.
De olho na agenda do novo governo, Karel Luketic, analista-chefe da XP Investimentos, elaborou um relatório em que defende que o índice Ibovespa poderá alcançar 125 mil pontos até o fim de 2019. Para ele, a economia nacional está começando a acelerar e “ainda tem muito espaço para crescer”, graças às mínimas históricas de juros e inflação. “Vemos o risco-retorno do País como atrativo e a classe de ações como a melhor e mais promissora para se investir ao longo dos próximos períodos”, afirma.
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Adeodato Netto, estrategista-chefe da Eleven Financial, diz que, no “ano passado, eliminou-se o risco da chegada de um governo menos diligente com as reformas”, o que por si só já muda o patamar brasileiro. Esperando um aumento de 25% a 30% no lucro médio das companhias para o ano, ele argumenta que essa margem pode “capitalizar o efeito comprador” por aqui. O gestor prega, todavia, que será um ano de seletividade, no qual quem souber escolher bons ativos vai obter sucesso.
Ambos especialistas concordam quando o assunto é o panorama econômico que vem se desenhando por aqui, com as devidas condicionantes governamentais. Taxa de juros com aumento marginal, ficando em torno de 7,5% até o fim do ano; crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) entre 2% e 3%; patamar do dólar se mantendo estável, entre R$ 3,75 e R$ 3,90.
Mas como essa valorização da Bolsa vai acontecer? A agenda liberal, tão esperada pelo mercado, deve ajudar a alavancar o valor potencial dos ativos no Brasil. A partir disso, com revisão positiva de lucros e menor percepção de risco, uma maior fluidez de capitais estrangeiros para ações no Brasil deve chegar. Privatizações, desinvestimentos, o BNDES, reformas tributárias e reforma da Previdência são os temas-chave para ficar de olho para que o cenário-base se concretize, segundo o relatório da XP.
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Todas as medidas elencadas possuem denominadores comuns: buscam enxugar a máquina pública e criar brechas para a entrada de capital da iniciativa privada. Os desinvestimentos e as privatizações, focados nas empresas estatais, serão importantes para reverter o perfil gastador que o Estado teve nos últimos anos. Luketic acredita que, com isso, as companhias públicas “vão voltar a ter um foco de atuação no que fazem melhor” e, consequentemente, retomar o caminho do crescimento.
De dentro da Bolsa
O índice Ibovespa, que já havia crescido 26,86% em 2017 e 38,93% em 2016, teve valorização de 15,03% em 2018. Em pontos, a valorização chegou a quase 88 mil (no fim de janeiro já são 96 mil). Mas os recordes não ficaram por aí. A casa também obteve sua maior marca de investidores individuais, 858 mil investidores pessoas físicas no mercado de ações. Felipe Paiva, diretor de Relacionamento com Empresas e Clientes da B3, afirma que “2018 foi um ano transformador”.
Um dos grandes diferenciais para os resultados alcançados foi a crescente participação de pessoas físicas no processo de compra e venda de ações. “Com as taxas de juros em valores tão baixos, as pessoas estão precisando sair da zona de conforto”, argumenta Paiva. Esse pode ser um fator importantíssimo, pois cerca de R$ 650 bilhões estão alocados em cadernetas de poupança no Brasil.
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Outro fato que deve atrair novos investidores é a abertura de capital de empresas consistentes, de referência e bem avaliadas pelo público. Paiva afirma que em 2019 a quantidade de companhias – ainda em confidencialidade – que podem ter sua OPI (Oferta Pública Inicial) deve chegar a um número próximo de 30.
Além do cenário econômico, esses resultados são fruto de um trabalho realizado em conjunto por bancos, corretoras, consultorias e a própria B3. As companhias têm investido pesado em comunicação e publicidade, para se aproximar do público e desmistificar a complexidade do mercado financeiro. “O Brasil tem formado ótimos profissionais que assessoram no planejamento financeiro”, diz Felipe Paiva. Para ele, o momento é perfeito para que as pessoas busquem novos investimentos. “Não precisa tirar tudo da poupança, mas experimenta”, finaliza.
Índice Ibovespa
O Ibovespa é o principal índice do mercado de ações no Brasil. Criado em 1968, consolidou-se como referência para investidores ao redor do mundo ao longo desses 50 anos. É o mais importante indicador de desempenho médio dos ativos mais negociados e representativos do mercado de ações de nosso País, como explica o site da B3.
É composto pelas ações e units exclusivamente de ações de companhias listadas na B3 que atendem aos critérios de inclusão descritos em sua metodologia. O Ibovespa é o resultado de uma carteira teórica de ativos, elaborada de acordo com os critérios estabelecidos em sua metodologia. Aplicam-se ao índice todos os procedimentos e regras constantes do manual de definições e procedimentos dos índices da B3.
Em crescente desde 2016, o índice vem acumulando recordes e, pode, pela primeira vez, ultrapassar os 100 mil pontos em 2019.
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2018
87.887,26 pontos – dezembro
89.709,57 pontos – máxima do ano
2017
76.402,08 pontos – dezembro
76.989,78 pontos – máxima do ano
2016
60.227,28 pontos – dezembro
64.924,51 pontos – máxima do ano
2015
43.349,96 pontos – dezembro
58.051,61 pontos – máxima do ano
Desempenho da Bolsa nos últimos anos
O caminho para os 125 mil pontos
1. Maior crescimento e permanência das taxas de juros baixas: com excesso de capacidade, desemprego ainda alto, inflação baixa e ancorada e uma agenda de produtividade em vigor, as taxas de juros poderiam permanecer mais baixas por mais tempo, o crescimento pode surpreender.
2. Lucros podem ser revistos para cima, o consenso é de 23% de crescimento do lucro para 2019. Há alto potencial de alavancagem operacional.
3. 1% menos no custo de capital leva à revisão de +12,5% nos preços-alvo, em média.
4. Entrada de fluxo de capital estrangeiro e doméstico para a Bolsa. A alocação de recursos em ações está atualmente em 6,3% no Brasil, abaixo da média de 8,5% e do pico de 14% – sem incluir fundos de pensão.
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Sugestões de investimento – XP
1. Empresas estatais
Petrobrás e Banco do Brasil
2. Varejistas
B2W e Lojas Americanas
3. Companhias aéreas
Azul
4. Bancos
Bradesco e Banco do Brasil
5. Cíclicos globais
Gerdau, Suzano e JBS
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