Muitos brasileiros já começam a se preparar para as festas do fim do ano e a Black Friday aparece como uma oportunidade para conquistar aquele produto ou serviço tão desejado ou para comprar os presentes de familiares e amigos. Mas especialistas alertam que as compras por impulso devem ser evitadas para fugir do endividamento.

“É importante evitar o consumismo e lembrar que, às vezes, o produto parcelado pode ficar mais caro e você pode estar com um item com tecnologia defasada ao final do pagamento. Então, fazer uma poupança e aguardar a próxima Black Friday para adquirir um produto mais atualizado e com o desconto de pagamento à vista é uma boa alternativa”, aconselha o diretor executivo do Procon-SP, Fernando Capez. O grande desafio dos trabalhadores é não se deixar levar pelo momento e cair em um endividamento, que pode levar à inadimplência. “Faça uma lista dos produtos de que precisa para não adquirir o que não necessita e se endividar”, aconselha Capez.

Neste ano, a já tradicional data de desconto do comércio será no dia 29 de novembro e contará com o reforço financeiro da liberação de R$ 500 do saldo do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), autorizada pelo governo federal com o intuito de aquecer a economia. De acordo com a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), o e-commerce espera faturar R$ 3,45 bilhões em 2019, aumento de 18% em relação ao ano anterior, com o valor médio das compras girando em torno de R$ 340. Entre os segmentos mais procurados, estão: informática, eletrônicos, moda e acessórios e casa e decoração.

De acordo com Mauricio Salvador, presidente da ABComm, seguindo as demais datas sazonais, que vêm apresentando resultados positivos no ano, a Black Friday deve também continuar no mesmo caminho. “As previsões reafirmam um bom aquecimento, principalmente no meio digital, que tem cada vez mais frequência de consumidores”, afirma.

“A Black Friday é uma boa oportunidade para o consumidor adquirir produtos de forma consciente e, se tiver o valor para compra à vista, poderá conseguir itens mais baratos”, comenta o economista José Leonardo Campos. No entanto, se a intenção é parcelar e não há necessidade imediata da mercadoria, especialistas aconselham a guardar os recursos para comprar no próximo ano. “O consumidor tem que colocar o juro para trabalhar a seu favor durante um ano e depois comprar seu produto de forma consciente e aproveitando da melhor maneira os descontos”, avalia o economista.

Ele comenta que aplicar pequenos recursos pelo prazo de um ano pode não ter um grande rendimento. “Porém, quem está com dinheiro em mãos tem poder de barganha melhor e, ao não pagar juros de parcelamento, também tem um reflexo positivo”, diz Campos. Uma dica é que os consumidores invistam os valores que usariam para as compras e apliquem mensalmente os recursos que iriam para as parcelas. Assim, no ano que vem, vão ter o montante total e poderão comprar à vista com bom desconto.

“Se a pessoa investir R$ 1.000 no primeiro mês e depois colocar R$ 100 todos os meses, chegaria ao fim do próximo ano com cerca de R$ 2.270, se investir no Tesouro Selic, por exemplo, com a vantagem de que não terá endividamento e terá os juros trabalhando a seu favor”, considera Campos. “Os consumidores podem aproveitar a Black Friday para iniciar seus investimentos, com descontos em taxas de corretagem e administração”, complementa o economista. A XP Investimentos, por exemplo, terá ofertas em renda fixa e previdência privada, ambas com mínimo de R$ 1.000. Também vai oferecer oportunidades em Seguro Viagem da Assist Card. Na contratação de um seguro, o cliente ganha outro e 60% off para os cursos da XP Educação.

“O 13º salário e neste ano os recursos da liberação dos R$ 500 do saldo do FGTS são uma boa oportunidade para começar a aplicar e comprar itens melhores no ano que vem”, aconselha Alexandre Miserani, professor de Administração e Finanças da Faculdade Arnaldo, localizada em Belo Horizonte (MG).

DICAS

Mas para quem quer aproveitar as ofertas, especialistas dão dicas para evitar cair em uma armadilha. O primeiro passo é definir o que você realmente precisa comprar e quanto pode gastar. Feito isso, comece a pesquisar os preços já no início do mês para na Black Friday comparar os valores e confirmar se o desconto é de fato atrativo. Verifique o valor que será cobrado pelo frete, porque o desconto pode ser maquiado com custo alto para a entrega, conforme alerta Capez. Certifique-se de que de fato está pesquisando no site da empresa e confirme na página do Procon se há restrição contra a firma.

Segundo o representante da entidade de defesa do consumidor, as principais reclamações relacionadas à data são: preço maior do que fora do período de promoção, atraso na entrega e produtos com defeitos. “Nesses anos de Black Friday, estamos percebendo uma maior maturidade dos consumidores, que se empolgam menos com as propagandas abusivas e entendem a consequência de uma compra impulsiva”, diz Capez. “O ideal é não fazer crediários muito longos, refrear os desejos e esperar a próxima Black Friday para comprar à vista e com desconto”, finaliza.

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