A pandemia do coronavírus impulsionou a revolução digital nas instituições financeiras. Duas novas ferramentas – PIX e open banking – prometem esquentar a concorrência no mercado. Para se preparar a essa nova fase, os bancos estão investindo pesado em tecnologia. Em contrapartida, as chamadas fintechs decidiram ir às compras. As startups do setor financeiro ampliaram nos últimos meses as aquisições de pequenas empresas de tecnologia, corretoras e gestoras de investimento.

Com menos burocracia, ausência de agências físicas, taxas reduzidas e outros serviços diferenciados, os bancos digitais conquistaram uma fatia do mercado e, agora, motivam as instituições tradicionais a acelerarem o processo de inovação. Com isso, exploram a tecnologia para aperfeiçoar processos, reduzir custos e oferecer serviços novos e mais eficientes.

Para falar sobre o assunto, a jornalista e gerente de Publicações do Media Lab, Fernanda Sampaio, entrevistou o diretor executivo de Inovação, Produtos e Serviços Bancários da Febraban, Leandro Vilain; e o Chief Product Officer da Neon, Daniel Mazini. Confira abaixo a íntegra do bate-papo:

Mudanças

As inovações certamente trarão benefícios para o consumidor, facilitando e ampliando a relação dos clientes com as instituições financeiras. Apesar de significativo, porém, esse efeito não deve acontecer do dia para a noite, passando ainda por um período de maturação.

No caso do PIX, será modificada a forma como as pessoas fazem compras. “Os pagamentos instantâneos surgem quase como um pagamento natural com a demanda dos clientes. Ele vem para mudar um pouco a cultura do consumidor”, explica Vilain. Mesmo assim os métodos tradicionais de pagamento não devem sumir. “Não vai eliminar a utilização do dinheiro, por exemplo. Mas deve reduzir”.

Com relação ao open banking, Vilain afirma que a ferramenta abre um portal com diversas outras oportunidades de negócio. “A oferta de crédito é uma das delas”. Para ele, é possível quase comparar a novidade com a chegada da internet ao sistema financeiro. “Será quase tão revolucionário como foi na época”.

Por sua vez, Mazini acredita que a inovação promoverá uma grande quebra de barreira, permitindo a entrada no mercado financeiro de uma forma mais rápida, prática e com valores diferenciados. “Facilita muito para o cliente e para as empresas oferecerem serviços diferentes”.