As regulações a favor da capitalização
- 1º BRADESCO CAPITALIZAÇÃO
- 2º SANTANDER CAPITALIZAÇÃO
- 3º CAIXA CAPITALIZAÇÃO
Novo marco regulatório de 2018 estimula setor ao facilitar ações mais flexíveis
Mesmo com a economia desacelerada e a perda de renda pela maior parte da população, os títulos de capitalização tiveram variação positiva de 5,21% no intervalo de 12 meses entre março de 2018 e 2019. Agora, a expectativa é de crescimento ainda maior porque a Superintendência de Seguros Privados (Susep) autorizou, no ano passado, operações de títulos de capitalização voltados para garantia e filantropia premiável. As modalidades se somam às quatro já conhecidas: tradicional, compra programada, popular e incentivo.
Na análise de Marcio Coriolano, presidente da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNseg), é importante que o ambiente regulatório seja favorável ao setor, facilitando ações mais flexíveis que possam atender a população de forma geral, sobretudo a que perdeu renda. “A regulação do setor tem que ser consistente com o momento”, afirma Coriolano.
Atentas ao atual contexto econômico, as empresas do setor já incorporaram as mudanças ao seu cotidiano. A Bradesco Capitalização, novamente campeã no anuário Finanças Mais, iniciou a comercialização de produtos alinhados às novas regras. “Acreditamos que a oferta dessas duas novas opções ampliará as oportunidades de crescimento e desenvolvimento do mercado de capitalização no País”, diz Jorge Nasser, diretor-presidente da Bradesco Capitalização. Para além da nova regulação, a área trabalha para oferecer mais produtos populares. No radar estão os clientes do próprio banco. “A penetração ainda é baixa, principalmente no segmento Classic, de menor renda”, conta.
Em 2018, o segmento de Capitalização do Bradesco atingiu a marca de três milhões de títulos Max Prêmios e lançou o produto Max Prêmios Prime, voltado a correntistas pessoa física. O produto conta com sorteios mensais de R$ 50 mil a R$ 100 mil. As ações fizeram o faturamento atingir R$ 6,2 bilhões em 2018. O que gerou crescimento de 2,6% em relação a 2017. O market share também aumentou, chegando a 29,5% no final de 2018.
Segundo Nasser, o atendimento ao cliente é feito atualmente por vários canais. Quem quiser, inclusive, pode ser atendido de forma 100% digital. Desde a contratação até o resgate. “Nos três primeiros meses de 2019, 12% dos títulos para pessoas físicas foram comercializados por esse canal, 11% a mais ante o mesmo período de 2018.”
Os executivos do Santander Capitalização, instituição que se manteve na vice-liderança, demonstram muito ânimo com a nova modalidade de filantropia premiável. “O brasileiro gosta de doar, mas tem receio. Agora, quando se tem instituição séria fazendo a intermediação, é positivo”, avalia Daniela Neves, superintendente de Produtos de Capitalização.
Segundo a executiva, o produto é uma forma de utilizar o título de capitalização para destinar recursos a instituições filantrópicas, com a garantia de que eles chegarão ao lugar certo e, ainda, com o benefício de poder concorrer a prêmios. Por causa da novidade, alinhada à nova regulação da Susep, a empresa está usando a modalidade de garantia como proteção ao aluguel.
O carro-chefe do Santander ainda é o Din Din do Milhão. “Nós nos posicionamos como o banco com um produto que todo mês faz um novo milionário”, diz a superintendente. A arrecadação em 2018 foi 13% maior que em 2017, e o lucro líquido, de
R$ 128 milhões, significou aumento de 19,4% no mesmo período. Além de aprimorar o portfólio em meio às novas possibilidades, a frente de Capitalização intensificará o desenvolvimento de tecnologia para ter ofertas mais adequadas nos canais digitais, seja site ou aplicativo.
Com R$ 1,4 bilhão em faturamento em 2018, ou 16,5% de crescimento sobre 2017, a Caixa Capitalização estreia no ranking, em terceiro lugar. Gabriela Ortiz, diretora-presidente da instituição, afirma que todo o portfólio de produtos foi reformulado desde a publicação do novo marco regulatório. “Além de atender às regras de normatização da Susep, as mudanças que fizemos simplificam os produtos e facilitam as vendas na rede comercial. Ampliamos o prazo de vigência máxima dos produtos e, com isso, teremos mais sorteios e mais chances de os clientes serem contemplados.”
“Nos três primeiros meses de 2019, 12% dos títulos para pessoas físicas foram comercializados pelo canal 100% digital”
Jorge Nasser, diretor-presidente da Bradesco Capitalização
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