Financiamentos imobiliários avançam com a queda da Selic

A queda da taxa Selic ajudou quem pretende comprar um imóvel. Segundo a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), os financiamentos imobiliários avançaram 74,7%, atingindo R$ 11,7 bilhões nos oito primeiros meses deste ano. Só para se ter uma ideia, o volume financiado em agosto foi o maior, em termos nominais, na série histórica iniciada em julho de 1994. No menor patamar histórico, as taxas de juros para o financiamento imobiliário também apresentaram queda considerável, encaixando a prestação no bolso de mais brasileiros.

Simulação

Uma simulação realizada com a plataforma Kzas facilita avaliar a mudança no cenário. Como exemplo, vamos utilizar a compra de um imóvel no valor de R$ 500 mil, com entrada de R$ 100 mil e financiando R$ 400 mil em 360 meses. Segundo a ferramenta, o cliente pagaria em 2016 uma parcela inicial de R$ 4.630,43. Agora, esse mesmo empréstimo começaria com prestação de R$ 3.369,60. Nesse caso hipotético, a economia no final do contrato será de aproximadamente R$ 240 mil, explica Eduardo Muszkat, co-fundador da Kzas.

Aliás, Muszkat afirma que o atual cenário também é favorável para quem já possui um imóvel financiado. Afinal, existe uma forma para começar a pagar prestações com juros menores. “Basta fazer a portabilidade “.

Selic era empecilho

Mas por que o crédito imobiliário era escasso e mais caro? Muszkat explica que a Selic alta impedia a entrada de novos ofertantes de recursos, deixando restrito a bancos que tinham depósitos de poupança, limitando o acesso da classe média à compra de imóveis.

“De lá para cá, houve crescimento contínuo no volume de oferta e redução das taxas. A Selic a 2% permite a entrada de novos players ofertando crédito, o que deverá ampliar o acesso à aquisição de imóveis para um grupo cada vez maior”.

O que é a Selic?

A sigla Selic vem de Sistema Especial de Liquidação e Custódia. Ela nada mais é do que uma taxa básica de juros que as instituições se baseiam para calcular os juros que serão cobrados nas diferentes modalidades de créditos.

Mensalmente, o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, decide se haverá uma redução ou um aumento dessa taxa. Trata-se do índice que regula as taxas da poupança, cartão de crédito, crediário, financiamento, entre outras opções que dependem dessa média para efetuar seus cálculos.