Venda e oferta de seguros estão mais digitais
- 1º CAIXA SEGURADORA
- 2º FAIRFAX BRASIL SEGUROS CORPORATIVOS
- 3º TOO SEGUROS
Tecnologia otimiza processo de venda e agrega serviços além das coberturas tradicionais
Mesmo sem uma cultura de seguro amplamente difundida e com uma considerável restrição de renda – cerca de 70% da população brasileira ganha menos de dois salários mínimos –, o Brasil está acompanhando o amadurecimento do mercado com um gradual aumento na arrecadação de prêmios. No ano passado, essa arrecadação teve variação positiva de 13% na categoria de seguros rurais, 18,7% em marítimos, por exemplo, segundo dados da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNseg).
Mas, considerando o contexto de economia desacelerada, que deve continuar pelos próximos meses, o que explica o aumento dos números do setor?
Na visão de Marcio Coriolano, presidente da CNseg, parte da evolução do setor se deve à digitalização em prol da eficiência e otimização do parque tecnológico, que permitiu a revisão das políticas tarifárias, otimização das vendas e atualização de produtos. Para continuar o processo, Coriolano defende que órgãos regulatórios ajustem as exigências para as transações com clientes. Isso resulta em oferta de produtos mais baratos e mais acessíveis para mais pessoas.
Apesar das demandas do setor, no médio prazo, o presidente vê com bons olhos a situação do segmento. Devido à tendência de desregulamentação, desburocratização, aumento de competição e transferência para o setor privado de segurados hoje atendidos pelo Estado. Não à toa, a Caixa Seguradora está mais uma vez no topo do ranking Finanças Mais, na categoria Seguro Geral. A operação integra estratégia digital, internet, tecnologia e capilaridade das mais de 3 mil agências da rede Caixa em todo o País.
No ano passado, o acúmulo de prêmios de seguros gerais atingiu R$ 6,36 bilhões, 1,1% sobre 2017. A isso está associada a implantação da assinatura eletrônica, que reduziu de oito para um dia útil o prazo para emissão de novos contratos e otimizou a entrega da autenticação da proposta, que agora é via e-mail ou SMS.
Antes, os documentos eram todos entregues via malote e frequentemente eles eram extraviados. Outro aprimoramento em 2018 foi a subscrição dinâmica, capaz de analisar e precificar riscos de seguros. O processo filtra também informações do cliente a partir de bancos de dados públicos e autorizados. “Isso permite medir o grau de exposição a riscos aos quais um potencial segurado está submetido, além de personalizar os produtos de acordo com cada perfil”, explica Gabriela Ortiz, diretora-presidente.
O desafio e a estratégia para 2019 são disponibilizar a venda de todos os produtos nos canais digitais. Para Gabriela, a empresa precisa desenvolver a cultura digital, repensando toda a estrutura e os processos. Parte disso já tem sido feita mais fortemente desde 2015, quando a Caixa Seguradora lançou a Youse, plataforma de vendas de seguro online. “Temos promovido uma transformação digital nos últimos anos e ela nos permite oferecer mobilidade e autonomia para os clientes em todas as etapas do relacionamento”, afirma.
Novamente na vice-liderança da categoria, está a Fairfax Brasil Seguros Corporativos. Segundo Bruno Camargo, presidente do grupo, ao longo de 2018 a empresa explorou nichos de mercado até então pouco ou mal assessorados, como o seguro de animais. Hoje a companhia tem 60% desse mercado. No setor do agronegócio, o aprimoramento do produto se deu pelo oferecimento de serviços associados à tecnologia. “Compramos uma empresa de agricultura de precisão e agora, além do seguro em si, fornecemos informações para otimizar as estratégias do produtor”, diz o executivo.
Ele ainda se lembra da década passada, quando tudo estava no início: “Em 2009, éramos uma startup e o dólar custava R$ 2. O Brasil é imprevisível e por isso desenvolvemos adaptabilidade. Tivemos que nos reinventar, até porque a concorrência aumentou muito”. Com esse respaldo da própria história e sabendo usar sua autonomia para tomar decisões locais, a empresa quer atingir R$ 1 bilhão na carteira de investimento até o fim do ano, sendo R$ 800 milhões em prêmios brutos.
Quem fecha o ranking, em terceiro, é a Too Seguros, nova marca da PAN Seguros, que em 2018 concretizou seu reposicionamento estratégico.
“Temos promovido uma transformação digital nos últimos anos e ela nos permite oferecer mobilidade e autonomia para os clientes em todas as etapas”
Gabriela Ortiz, diretora-presidente da Caixa Seguradora
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