O Estadão Empresas Mais é uma avaliação ampla do desempenho das empresas brasileiras, produzida com metodologia consistente e adaptável às mudanças de uma economia sempre em transformação. Os resultados da oitava edição são uma síntese desse dinamismo, já que o ano de 2021 foi marcado pela recuperação do mercado depois do recuo causado pela pandemia em todo o mundo.
O Brasil seguiu a tendência global e apresentou crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) superior à queda registrada em 2020. “A vacinação foi decisiva para impulsionar o setor de serviços, que depende muito do contato presencial. Dois terços do PIB do País e metade dos empregos são gerados por esse setor”, lembra Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating.
A base de dados da Austin, constantemente atualizada e revisada, é a referência para a análise feita pela Fundação Instituto de Administração (FIA) que resulta na classificação do Estadão Empresas Mais. Essa avaliação leva em conta diferentes dimensões, como receita, lucratividade, porte e consistência histórica, resultando num dos rankings mais confiáveis sobre o desempenho de diversos setores. Nesta edição, foram avaliadas 2.735 empresas.
“Os indicadores de porte e de crescimento consideram os resultados da empresa nos últimos três anos”, explica Luis Guedes, professor-doutor da FIA Business School. Esses resultados são ponderados com pesos 1, 2 e 3, respectivamente, com o intuito de suavizar variações no tempo. O indicador de porte considera a média geométrica do ativo e receita, enquanto o indicador de crescimento considera a média geométrica do retorno (Ebitda/Ativo) e crescimento anual da receita no período.
O trabalho é minucioso. Para evitar distorções na definição das categorias, por exemplo, a Austin utiliza a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com isso, é possível comparar grupos que têm perfis de tributação semelhantes. Também há a preocupação de separar, na análise, as companhias individuais e os grupos empresariais, que reúnem duas ou mais empresas. Muitas vezes, essas subsidiárias atuam em diferentes segmentos da economia, o que poderia distorcer a análise. Com isso, o estudo fica mais próximo da realidade de cada setor.
A vacinação foi decisiva para impulsionar o setor de serviços, que depende muito do contato presencial. Dois terços do PIB do País e metade dos empregos são gerados por esse setor”
Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating.
Potencial de crescimento
Além da definição das 1.500 empresas incluídas na lista por ordem de Receita Líquida, outro indicador resultante do processo é o Coeficiente de Impacto Estadão (CIE). Esse indicador é calculado a partir de uma ponderação entre as métricas de porte e desempenho das empresas de cada setor, com escala de 0 a 100 pontos. Deste universo, sai a lista das 100 melhores do ano e as premiadas em cada um dos 22 setores avaliados, além de quatro subsetores da área financeira. Os maiores grupos e o destaque em cada região do País também são contemplados.
Há, ainda, categorias especiais que avaliam o universo ESG, com base em uma série de critérios para definir as empresas que melhor estão trabalhando inovação, sustentabilidade e governança corporativa. Para chegar a esses resultados, a FIA desenvolveu uma metodologia especial para o Estadão Empresas Mais, que combina a avaliação de números com o envio às empresas de questionários com perguntas subjetivas. “Esses temas ganham importância a cada ano, pois vivemos um momento em que as empresas não parecem ter alternativas a não ser agir de maneira responsável, por exigência de seus próprios consumidores”, diz Guedes, da FIA.
Para Agostini, da Austin, os resultados do Estadão Empresas Mais evidenciam o quanto as empresas brasileiras demonstraram força e resiliência para superar as dificuldades impostas pela pandemia. A receita líquida total das empresas da amostra cresceu 37% em 2021, ante um aumento de 5,4% no ano anterior. O Ebitda (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) saltou 61,8%, diante de uma evolução de 11,7% em 2020. “Esse indicador é extremamente importante para entender o potencial de crescimento de médio e longo prazo das empresas”, observa o economista.