A expectativa da chegada do 5G
Receitas vêm apresentando relativa estabilidade
Tradicionalmente na vanguarda das inovações tecnológicas tanto na operação quanto no atendimento a clientes, o setor de telecomunicações no Brasil vive a expectativa de grande transformação digital e de várias novas possibilidades de negócios: vêm aí as novas redes móveis de quinta geração (5G), que devem começar a operar, se não houver atrasos, entre o fim de 2020 e o início de 2021, ao menos nas grandes capitais.
Ao mesmo tempo que serviços como a telefonia fixa e a TV por assinatura apresentam tendências de queda (diminuição de 7,94% e 7,43%, respectivamente, nos acessos entre julho de 2018 e julho deste ano), fruto da mudança de hábitos de parte dos assinantes, aumenta a demanda pela banda larga fixa (4,64% mais acessos no mesmo período anual), com cabos e fibra ótica no topo da lista dos meios preferidos para o acesso à internet.
No cenário brasileiro, a receita em geral com os serviços de telecomunicações mantém-se praticamente estável. A queda foi de 1,2%, na comparação de junho de 2018 com junho deste ano. Se observado o período a partir de dezembro de 2018, sempre em comparação com o mesmo mês do ano anterior, a receita ora cai em torno de 3 pontos porcentuais, ora sobe 1,2 ponto, mostrando uma estabilidade entre as mais de mil empresas do setor.
É neste contexto que a implantação das redes 5G, consideradas pilares da nova economia digital, vai ocorrer. Processo que exigirá enormes investimentos para a compra das faixas de frequência do espectro, cujos leilões estão marcados para março do ano que vem.
“Em termos tecnológicos, no caso da comunicação móvel, o Brasil está alinhado com o que ocorre lá fora. As companhias telefônicas e fabricantes de equipamentos trabalham forte para que as primeiras redes 5G se estabeleçam”, diz Carlos Nazareth Motta Marins, diretor do Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel).
No futuro, o 5G deve se converter em grande gerador de receita para o mercado, diante das novas aplicações que se abrirão, com altíssima velocidade de acesso (20 vezes mais que as redes de fibra mais rápidas atualmente, sem precisar de fios) e baixíssima latência (o tempo de resposta entre a solicitação de uma informação e o retorno, da ordem de 1 a 3 milissegundos).
O desafio que se coloca, porém, diz Marins, é vencer as dificuldades normativo-burocráticas para a instalação de antenas e das demais estruturas necessárias ao funcionamento da tecnologia, pois as regras são diferentes a cada cidade, dificultando o ganho de escala.
Segundo estudo realizado pela GSM Association (GSMA), o Brasil deve ganhar cerca de US$ 10 bilhões até 2034 em benefícios econômicos relacionados às redes de quinta geração, em campos como automação industrial (indústria 4.0), aplicações de realidade virtual, de internet das coisas, cidades inteligentes, saúde, educação, etc.
“As operadoras não podem se esquecer de que investimentos no 4G e na fibra ótica devem continuar a ser feitos, para suportar o tráfego que vai aumentar até 2022”, aponta Eduardo Ricotta, presidente da Ericsson no Brasil.
Vivo aumenta conexões e aposta em parcerias
Empresa ampliou suas coberturas de 4G, 4.5G e fibra, além de investir em canais digitais de atendimento
Excelente conexão e várias ferramentas para os clientes usarem a internet da melhor forma possível. Esse é o binômio que move o trabalho da Vivo, destaque principal do ranking Estadão Empresas Mais no setor de telecomunicações.
A empresa teve excelente performance em 2018 e espera repetir a dose neste ano. O crescimento do uso de dados, serviços digitais e banda larga fixa, combinado a uma ótima eficiência alcançada em custos e investimentos, resultou em um lucro líquido recorde de R$ 8,9 bilhões, quase o dobro do registrado no ano anterior. A receita líquida aumentou principalmente graças ao bom desempenho das receitas de pós-pago, terminais e ultrabanda larga. A companhia gerou R$ 43 bilhões de receita, com 36% de margem Ebitda recorrente, uma das maiores do setor.
“Encerramos 2018 com 3,1 mil cidades cobertas com a tecnologia 4G, aumento de 500 municípios na comparação com 2017” Christian Gebara, Presidente
“Todas essas conquistas foram possíveis, em grande parte, graças a um robusto processo de digitalização que permeou todas as áreas da companhia e um foco incessante na qualidade de nossos serviços”, destaca Christian Gebara, presidente da Vivo. “Em 2018, investimos mais de R$ 8 bilhões – de um total de R$ 26,5 bilhões previstos até 2020 –, principalmente na expansão das redes 4G e 4.5G, bem como em fibra.” Gebara destaca a universalização dos produtos e serviços como um dos grandes feitos da empresa.
“Encerramos o ano com 3,1 mil cidades cobertas com a tecnologia 4G, aumento de 500 municípios na comparação com o ano anterior. Na tecnologia 4.5G, que permite transmissão de dados com velocidades ainda maiores, chegamos a mil cidades em 2018. Na rede fixa, a expansão seguiu com a mesma velocidade e levamos nossa rede de fibra para 30 novas cidades”, explica o executivo do grupo. “Foi, de longe, a maior expansão feita na América Latina, com mais de 9 milhões de lares aptos para receber a fibra”, diz.
Ferramentas que aliem essa poderosa oferta de conexão ao melhor uso da rede, oferecendo mais experiências aos clientes por meio de aplicativos, foram a preocupação da Vivo para consolidar a qualidade de seus serviços. Há dois modelos principais de parcerias. O primeiro, relacionado a ofertas. Como permitir que o usuário tenha internet extra para usar aplicativos de vídeo ou música como YouTube, Spotify, Netflix, Vivo Música, Vivo Play, NBA e Tidal. O segundo modelo são os chamados planos de controle, que oferecem uso ilimitado dos aplicativos de mobilidade Waze, Cabify e Moovit. Tudo sem consumir a franquia de internet do cliente.
“Outro aspecto relacionado a essas parcerias é que elas reforçam o posicionamento da Vivo como hub de conteúdo de qualidade e variedade. Nesse caso, as parcerias permitem que nossos clientes possam contratar os serviços dos parceiros com benefícios exclusivos, como pagar o serviço direto na conta ou com créditos pré-pagos. Entre os nossos parceiros, podemos citar a NBA, NFL, Amazon Prime Video, Tidal e Netflix”, diz o executivo.
No ambiente interno, o destaque são novos modelos de trabalho mais ágeis e colaborativos, com a criação do Vivo Digital Labs. Enfoque que consagrou a adoção, pela companhia, do modelo de trabalho em squads, times multidisciplinares que utilizam metodologias como agile e lean, junto com a abordagem design thinking. Hoje, dentro desse modelo, diversas áreas da Vivo, como TI, RH, marketing e inteligência artificial, estão envolvidas com diferentes projetos. Na prática, isso resultou em mais de 400 iniciativas para melhorar a experiência dos clientes.
A inovação também está presente nos diferentes canais usados para fazer contato com o consumidor. “Em 2018, como exemplo, lançamos a Aura, nossa ferramenta de relacionamento baseada em inteligência cognitiva e acessível por comando de voz. A iniciativa transforma radicalmente a experiência do cliente, por meio de interações humanizadas, personalizadas e em tempo real”, explica Gebara. Essa tecnologia, hoje, faz mais de 15 milhões de atendimentos por mês. Desde que foi lançada, a Aura fez por volta de 70 milhões de interações.