Força que mais empurra a economia
Em 2018, serviços foram responsáveis por 75,8% do PIB nacional
Com um grande impacto no movimento da economia nacional, o setor de serviços sentiu os reflexos de um ano ruim, em 2018, mas ainda mostrou que era capaz de se sair bem até nas crises mais agudas. No ano passado, aponta o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o setor registrou um crescimento de 1,3%, sendo o que mais contribuiu para o avanço da economia, ao registrar taxas positivas em todas as sete atividades pesquisadas.
Em 2018, o setor foi responsável por 75,8% do Produto Interno Bruto (PIB). Nesse segmento, se destacaram no Estadão Empresas Mais Localiza Rent a Car, Serasa Experian e Unidas Rent a Car. De acordo com o instituto, atividades imobiliárias, com alta de 3,1%, e comércio, 2,3%, foram os ramos que mais influenciaram no bom desempenho do setor.
Conforme o IBGE, a estabilização da economia empurrou o avanço dos serviços, mesmo com uma situação ainda muito ruim no mercado de trabalho – o consumo das famílias brasileiras foi o principal motor da economia no ano passado, com alta de 1,9%. O IBGE concluiu ainda que esse consumo foi impulsionado pelo aumento do crédito para pessoas físicas e por um alívio nas taxas de juros, aliados a uma inflação sob controle.
Nos últimos anos, as atividades do setor ajudam a levantar os números pouco robustos da economia nacional. Dados da Pesquisa Anual de Serviços (PAS) de 2016, a mais recente, mostram que o mais de 1,3 milhão de empresas do País movimentaram perto de R$ 1,4 trilhão de receita líquida.
Para o presidente da Central Brasileira do Setor de Serviços (Cebrasse), João Diniz, o bom desempenho do ano passado pode ser atribuído a medidas tomadas pelo governo Michel Temer (2016-2019). “A aprovação da reforma trabalhista e outras gestões na economia ajudaram a melhorar o ambiente de negócios”, afirma.
Segundo o presidente da Cebrasse, o setor deve ter um crescimento de 1% neste ano. “Só não cresce mais por problemas políticos, por uma falta de tato do Executivo em expor suas propostas”, afirma João Diniz, presidente da central. No entanto, de acordo com Diniz, as previsões para 2020 são melhores. “Esperamos um crescimento no setor de 2,5% a 3%”, estima.
Emprego
O bom desempenho também ajuda na criação de vagas. De acordo com a Pesquisa de Emprego no Comércio Varejista de São Paulo (Pesp), feita pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP), o setor de serviços no Estado de São Paulo retomou o ritmo e puxou o saldo positivo de contratações em junho: foram criados 8.839 empregos formais, com 191.580 admissões ante 182.741 demissões.
Segundo a Fecomercio-SP, o desempenho fez com que o setor encerrasse junho com estoque de 7,5 milhões de postos de trabalho, uma alta de 1,7% em relação ao mesmo período do ano passado. “Houve um crescimento tímido (do emprego), mas a perspectiva é boa. A desoneração da folha de pagamento vai ajudar muito a economia”, diz o presidente da Cebrasse.
Experiência de uso ou posse de bens mais caros
Debate sobre mobilidade urbana é cada vez mais relevante em todo o mundo
O tema mobilidade toma conta cada vez mais do debate dentro das grandes cidades e o uso compartilhado de veículos, vez por outra, é apontado por especialistas como uma alternativa para tentar mitigar os constantes congestionamentos dos grandes centros.
Como um dos atores dessa discussão, a Localiza Hertz, empresa de aluguel de veículos, tem se destacado no mercado de serviços. “Mobilidade é um tema cada vez mais relevante e presente no dia a dia, e não só nas grandes cidades. E junto dela vem outra tendência crescente em que as gerações mais novas têm se identificado, que é a questão da experiência de uso versus a posse de bens mais caros”, explica Eugênio Mattar, CEO da Localiza.
De acordo com ele, o aluguel de carros “na essência” é um negócio de compartilhamento de bens. “Vivenciamos isso desde sempre porque mobilidade e compartilhamento fazem parte de nosso DNA”, afirma Mattar. Para o CEO, estar próximo dos clientes faz com que a empresa esteja afinada para “fortalecer ainda mais nosso protagonismo na construção de futuros possíveis”.
O uso da tecnologia também é um dos trunfos da Localiza para se posicionar ainda melhor no mercado e na relação com seus clientes. “Hoje temos o Localiza Fast, uma tecnologia proprietária que permite que o cliente alugue o carro sem precisar passar no balcão, abrindo o carro pelo aplicativo”, conta Mattar.
Segundo o CEO, há ainda outras inovações para melhorar a experiência do cliente sendo feitas. “Temos o Localiza Driver, ferramenta de gestão do aluguel voltada para os motoristas de aplicativo. Outra solução que desenvolvemos no último ano, ainda em fase de implantação, é o Localiza Pass, uma parceria com a ConectCar que possibilita aos nossos clientes economizar tempo ao passar por pedágios e estacionamentos sem a necessidade de parar.”
De olho em um mercado novo, a Localiza também busca estreitar relacionamento com os motoristas de aplicativos. “É um segmento interessante, que se insere em um contexto mais amplo que é o mercado de mobilidade e aluguel de carros e todas as suas possibilidades”, comenta Mattar.
De acordo com ele, a Localiza também tem apresentado inovações para oferecer soluções para esse tipo de cliente. “Desenvolvemos, em 2018, em parceria com o Uber, um aplicativo chamado Localiza Driver. Com essa ferramenta, o cliente consegue fazer todo o processo de locação, desde o cadastro até o pagamento”, explica.
“Mobilidade é um tema cada vez mais relevante e presente no dia a dia, e não só nas grandes cidades” Eugênio Mattar, CEO
Mattar comenta que o serviço agiliza o aluguel de carros pelos motoristas cadastrados no Uber e permite o gerenciamento da locação e das corridas realizadas, em um painel integrado entre Localiza Hertz e Uber. Com o aplicativo, afirma Mattar, “a Localiza fomenta não só a inovação em mobilidade, mas também o empreendedorismo de pessoas”.
A inovação, segundo o executivo, faz parte da história da Localiza. “Fomos a primeira (empresa) a criar o segmento de Seminovos no Brasil, por exemplo. Encaramos o tema da inovação como uma área transversal em nossos negócios”, comenta.
Mercado aquecido
O mercado de aluguel de carros parece não ter sentido tanto os efeitos da crise econômica do País. Conforme o Anuário 2019 da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (Alba), o faturamento líquido das empresas do setor, no ano passado, foi de R$ 13,9 bilhões, um aumento de quase 3% com relação a 2017, quando o faturamento foi de R$ 13,5 bilhões.
De acordo com a publicação, houve uma grande expansão no total de clientes, passando de 27,2 milhões, em 2017, para 43 milhões, em 2018, alta de 58%. Também aumentou o número de locadoras pelo País. Em 2017, eram 11.407 e, em 2018, foram para 13.182, aumento de 15%.