Olhos bem abertos
No quesito segurança, o segredo é aliar proteção e comodidade
Para quem não tem muita aversão ao mundo tecnológico não existe nada mais prático do que resolver questões financeiras, pedir um carro ou comprar comida com apenas alguns toques na tela do celular. Principalmente, quando qualquer uma dessas operações estiver dentro de um ambiente seguro.
Um dos grandes desafios no mundo corporativo atualmente é não ficar defasado em termos tecnológicos ao mesmo tempo que a segurança digital e a conveniência do cotidiano dos clientes não fiquem em segundo plano. “A pauta da segurança digital tem que ser recorrente e prioritária em todas as ações dos nossos negócios”, ratifica Richard Flavio da Silva, diretor de cyber security e antifraude do Santander Brasil.
Ao mesmo tempo que trouxe maior praticidade para o dia a dia da população, a digitalização dos serviços bancários virou alvo de criminosos e golpistas. E um dos principais alvos dos bandidos é o Pix, meio de pagamento que permite transferências instantâneas entre contas. Por causa disso, o próprio Banco Central vem atualizando o sistema. Já existe em funcionamento, por exemplo, o bloqueio preventivo de dinheiro em caso de suspeita de fraude.
As instituições financeiras também buscam se adequar aos riscos de golpes e não param de avançar na segurança dos seus apps, por mais que problemas sempre possam ocorrer. “Nós implementamos outros mecanismos para elevação da segurança de nossos clientes, como a biometria facial, além de funcionalidades como a possibilidade de ocultar valores de seus investimentos e a opção de contar com um seguro para as operações de Pix”, diz Richard.
“A pauta da segurança digital tem que ser recorrente e prioritária em todas as ações dos nossos negócios”
– Richard Flavio da Silva, diretor de cyber security e antifraude do Santander Brasil
O Santander também fortaleceu a segurança digital dos apps com outras formas de verificação da autenticidade do cliente. “Além da senha, nossa solução se utiliza de tokens únicos que são confirmados a cada transação, bem como mecanismos adicionais que podem ser acionados conforme nossos modelos de risco”, acrescenta o executivo.
A corrida entre mocinho e bandido parece interminável. O Nubank, também atento ao problema, e na tentativa de evitar prejuízos, lançou em outubro do ano passado o Modo Rua. A ferramenta permite que os usuários determinem um valor total máximo para transações quando estiverem fora de casa. A ferramenta adiciona uma camada extra de proteção contra transações via Pix, transferências e pagamentos de boletos em caso de acesso indevido ao aplicativo. Mais de 1 milhão de clientes utilizam a nova metodologia, segundo números oficiais do banco digital.
Muda o ramo de negócios, mas a preocupação com a segurança, nos mais variados níveis, continua no topo do ranking. No caso da Uber, a integridade física das clientes mulheres dos carros de aplicativo é inegociável, segundo a companhia. Um dos avanços tecnológicos feitos pela Uber é o desenvolvimento da ferramenta U-check, que está ligada ao banco de dados da Serpro, empresa de TI do governo federal. O sistema permite de forma célere confirmar as informações cadastrais dos motoristas parceiros e candidatos a motoristas. Os dados dos veículos também são avaliados.
A verificação de identidade em tempo real, chamada U-Selfie, também já está em funcionamento na Uber. Com isso, de tempos em tempos, o aplicativo pede, aleatoriamente, para que os motoristas tirem uma selfie antes de aceitar uma viagem ou de ficar online. Segundo a empresa, isso ajuda a prevenir fraudes e protege as contas dos condutores de serem comprometidas.
De acordo com a empresa, a detecção automática de linguagem imprópria nas mensagens que são enviadas no bate-papo do aplicativo também vem surtindo efeito. Palavras que possam ser consideradas ofensivas ou que ameacem a integridade de uma pessoa entram automaticamente em um processo de desativação permanente da conta original, informa a Uber. Os clientes também têm acesso ao botão Recursos de Segurança, que permite que usuários e motoristas compartilhem a localização e gravem o áudio da viagem. Pelo app da empresa de transporte, os usuários também conseguem ligar diretamente para a polícia em situações de risco ou emergência.
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