Conciliar tradição e inovação é um desafio para muitas instituições consagradas da educação brasileira. Um bom exemplo nesse sentido vem do Mackenzie, que tem conseguido manter o frescor da marca mesmo com mais de 150 anos de história. Tudo começou em 1870, quando o casal de missionários George e Mary Ann Chamberlain chegou a São Paulo e abriu a Escola Americana. O trabalho ganhou tanta repercussão que o advogado John Mackenzie, mesmo sem jamais ter visitado o Brasil, fez uma grande doação para que fosse construído um centro de ensino de Engenharia no País. Surgia aí o nome utilizado até hoje.
Na década de 1940, com a criação das Faculdades de Filosofia, Ciências e Letras, de Arquitetura e de Ciências Econômicas, formou-se a base para o reconhecimento como universidade, ocorrido em 1952. Ao completar 70 anos de ensino superior, a Universidade Presbiteriana Mackenzie celebra o reconhecimento que vem obtendo em avaliações internacionais, a exemplo do QS Latin America University, no qual saltou em um ano da 170ª para a 132ª posição entre as 428 instituições avaliadas em toda a América Latina. “Creio que esse resultado vem do nosso destaque em pesquisa de qualidade e, também, pela internacionalização. Nossos professores participam de congressos em outros países e recebemos muitos profissionais e alunos de instituições de várias partes do mundo”, avalia o reitor, Marco Tullio Vasconcelos.
Preocupação social
Tradição também não falta quando falamos da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). A instituição foi fundada em 1946, a partir da união da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de São Bento e da Faculdade Paulista de Direito, além de outros quatro estabelecimentos educacionais pertencentes à Igreja Católica. No ano seguinte, o papa Pio XII concedeu à Universidade Católica o título de Pontifícia e nomeou o então arcebispo de São Paulo, cardeal Dom Carlos Carmelo de Vasconcelos Mota, como primeiro grão-chanceler da instituição.
A partir do final da década de 1960, a PUC-SP começou a desenvolver aquela que seria a sua essência: qualidade acadêmica vinculada a preocupação social. Posicionada na linha de frente do combate à ditadura militar, contratou professores que haviam sido perseguidos em universidades públicas, como Florestan Fernandes, Octavio Ianni e José Arthur Gianotti. Hoje, com cinco câmpus, a PUC-SP tem nove faculdades, 39 cursos de graduação e 29 programas de pós-graduação, além de 200 cursos de aperfeiçoamento, especialização e extensão.
Segunda graduação
Bem mais jovem que Mackenzie e PUC-SP, a Universidade Paulista (Unip) foi fundada em 1988, a partir da fusão de três instituições – o Instituto Unificado Paulista (IUP), que tinha cursos de Comunicação Social, Letras, Pedagogia e Psicologia, o Instituto de Ensino de Engenharia Paulista (IEEP) e o Instituto de Odontologia Paulista (IOP), todas faculdades do Grupo Objetivo.
Credenciada desde 2004 para oferecer cursos superiores de Educação a Distância (EaD), a instituição estava preparada tecnologicamente quando a pandemia de covid-19 chegou ao Brasil, em março de 2020. Hoje, são 260 mil alunos em cursos EaD, ante 120 mil alunos nos cursos presenciais, que precisam ter pelo menos 60% da carga horária cumprida nos 27 câmpus da instituição. “Embora ambas as modalidades venham recebendo um número crescente de alunos aqui na Unip, o aumento nos cursos EaD ocorre em ritmo superior, especialmente por influência do período de pandemia. Muita gente experimentou e aprovou essa alternativa”, avalia a vice-reitora de Administração e Finanças, Claudia Andreatini.
Atenta às transformações do mercado de trabalho, que envolvem conceitos como lifelong learning (o aprendizado permanente ao longo da vida), a Unip criou incentivos especiais para quem deseja fazer uma segunda graduação: 40% de desconto para egressos da própria instituição e 37% para quem obteve o primeiro diploma em qualquer outra universidade.