Em meio à crise, o mercado de franquias brasileiro começa a apresentar sinais de recuperação. De acordo com levantamento divulgado pela Associação Brasileira de Franchising (ABF), três segmentos voltaram a registrar crescimento em julho: Casa e Construção (36%), Comunicação, Informática e Eletrônicos e Serviços e Outros Negócios (9%).
Segundo o presidente da Associação Brasileira de Franchising (ABF), André Friedheim, a pesquisa mostrou ainda que a queda média no faturamento do setor foi de cerca de 7%, muito menor do que os 30,1% registrados em junho.
Para ele, a intensificação no suporte ao franquiado auxiliou na melhora dos números. A digitalização dos canais de vendas, por exemplo, faz parte desse processo evolutivo para a reconquista do crescimento.
De acordo com Friedheim, outro fator que contribuiu foi a retomada dos serviços nos shoppings brasileiros, que voltaram a abrir as portas ao público, após adaptações necessárias com as medidas preventivas de combate ao covid-19. “Esperamos uma melhoria mais homogênea”.
Empreender na crise
Apesar dos altos e baixos, será que vale a pena abrir uma franquia na crise? Friedheim acredita que franchising é uma plataforma de negócios que, embora não seja imune a economia de forma geral, apresenta uma resiliência maior. Isso porque proporciona acesso a um modelo de negócio, produto ou serviço formatado e testado, a uma marca reconhecida, treinamento e orientação de um empresário mais experiente, o franqueador.
“Tendo o capital e tomando os cuidados necessários, pode ser uma boa opção sim. Afinal, é neste momento que aumenta a disponibilidade de pontos comerciais, há uma possibilidade muito maior de negociação de custos, especialmente os imobiliários, e se aproveita também eventuais espaços abertos pela concorrência”.
Investimento
Diante de uma crise sem precedentes, muitas empresas investiram em tecnologia para não fechar as portas. Esse é o caso da rede Kumon, que apostou no formato híbrido e investiu em tecnologia e treinamentos para manter os franqueados e continuar com a captação dos alunos.
Durante essa fase, a rede conseguiu migrar com rapidez para o atendimento remoto. Com isso, os franqueados alteraram a rotina para o atendimento online. Agora com a retomada gradual das atividades foi possível manter um atendimento mesclado, com aulas tanto presenciais quanto remotas.