A desigualdade social segue como um desafio para as marcas. Pesquisa realizada pelo Grupo Croma constatou que um em cada cinco consumidores admitem já terem tido alguma atitude racista. Além disso, 56% acham que as empresas possuem algum tipo de preconceito com relação à contratação de negros. Por sua vez, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) demonstram que os trabalhadores negros recebem salário até 31% menor.
Para combater a desigualdade, diversos empreendedores negros têm movimentado o mercado de trabalho. Entre as ações, a plataforma Fa.vela atua para mudar a realidade das periferias de Minas Gerais.
A fundadora e diretora da empresa, Tatiana Silva, explica que o objetivo é fomentar o crescimento de negócios criados dentro desse território, com projetos de educação continuada, economia criativa, inovação social e impacto socioambiental. “Atuamos como uma plataforma de educação e aprendizagem empreendedora, inovadora, digital e inclusiva”.
No mercado desde 2014, a empresa soma mais de 260 negócios e projetos impulsionados. Segundo Tatiana, a iniciativa acelerou mais de 500 empreendedores e mais de 20 programas de letramento empreendedor e pré-aceleração realizados pela organização. “Em seis anos de atuação, mais de 2.300 pessoas foram impactadas diretamente, sendo 66% de participantes mulheres e 71% negros”.
Vozes negras
O empreendedorismo negro também está fazendo história na telinha da tv. Esse é o caso do Trace Brazuca, um canal de Televisão por assinatura que estreou em julho de 2020. Trata-se da versão brasileira do canal Trace, mas totalmente voltado a cultura afro-brasileira com exibição de conteúdo musical, filmes, documentários sobre a ciência e a cultura negra, além de empreendedorismo.
O sócio e CEO da Trace Brasil, José Papa, explica que a proposta do canal é transmitir um conteúdo inovador, com linguagem universal, para que as pessoas possam enxergar as suas origens e o Brasil como de fato ele é. “É um projeto que conta a história, a narrativa desta população de uma forma verdadeira e sensível, visando quebrar a barreira do racismo com histórias positivas e talentos plurais. Para que o Brasil cada vez mais entenda e respeite a diversidade”.