Em fevereiro deste ano, o Grupo Objetivo perdeu um dos fundadores e seu principal líder, João Carlos Di Genio, aos 82 anos. O legado que ele deixou envolve não apenas um dos maiores conglomerados de educação privada do País, com atuação em todos os níveis – do infantil à pós-graduação –, mas, sobretudo, a visão de como deve ocorrer o aprendizado. “É preciso que seja um processo lúdico e prazeroso, tanto para os alunos quanto para os professores. Esse princípio sempre nos guiou e vai continuar guiando”, diz a coordenadora pedagógica do Objetivo, Maria Cecília Migliaccio.
Di Genio sempre foi um entusiasta da tecnologia. Ele viveu o suficiente para testemunhar inúmeras inovações nas aulas, como o uso de projeções substituindo o tradicional quadro-negro e de tablets no lugar de cadernos. Enquanto recursos como 3D, realidade virtual e realidade aumentada serão cada vez mais integrados ao cotidiano dos alunos, há algo que não vai mudar, assegura a coordenadora pedagógica do Objetivo: a importância dos professores. “Eles terão papel cada vez mais relevante. Por isso procuramos profissionais que sejam apaixonados pelo que fazem. Isso é fundamental para despertar o interesse e a participação dos estudantes.”
Atualização constante
Pode-se dizer que o coração desse império é o Sistema de Ensino Objetivo, que vem sendo aprimorado constantemente desde a fundação do cursinho que deu origem ao grupo, em 1965. A ideia é extrapolar os limites das escolas próprias para oferecer aos estabelecimentos conveniados um pacote amplo, que envolve desde material didático até a assessoria pedagógica e administrativa – trata-se de um modelo semelhante ao de franquias. Hoje, além dos 17 mil alunos das 14 unidades do Colégio Objetivo e das 11 unidades do Curso Objetivo, a metodologia chega a outros 200 mil estudantes em 745 escolas conveniadas no Brasil e mais cinco no Japão.
Para manter os educadores dessa grande rede atualizados, o Objetivo realiza grandes encontros pedagógicos online, reunindo professores, coordenadores, diretores, mantenedores e colaboradores para a disseminação de diretrizes e troca de experiências. Nesses eventos, os especialistas que elaboram o material didático desenvolvem cursos específicos de atualização para os docentes de diferentes áreas do conhecimento e níveis de ensino.
Solução educacional
Outro sistema de ensino destacado pelo Estadão Marcas Mais 2022 é o Anglo, que ultimamente tem preferido adotar a nomenclatura “solução educacional” para simbolizar a integração entre os materiais didáticos tradicionais e os recursos disponibilizados às escolas parceiras por meio da plataforma tecnológica. Fundado em 1930 como um curso preparatório para o vestibular, o Anglo passou a integrar o grupo Somos Educação em 2015. Hoje, está presente em mais de 850 estabelecimentos de ensino, que totalizam cerca de 305 mil alunos.
O sistema Etapa tem trajetória semelhante: foi estruturado com base nas experiências do Colégio Etapa, fundado no início da década de 1980 por um grupo de jovens recém-formados pela Universidade de São Paulo (USP). Hoje, a metodologia utiliza uma série de recursos que contribuem para combater a sensação de monotonia, transferindo ao aluno boa parte da responsabilidade pelo próprio aprendizado. Alguns exemplos são as pesquisas de campo (ocasiões em que os alunos saem do ambiente escolar para ter outras experiências), a gamificação (atividades lúdicas com conteúdo complementar) e a sala de aula invertida (método em que os estudantes são incentivados a pesquisar, organizar as informações e apresentá-las aos colegas).
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