Reportagens
Entrevista – Sidney Klajner, presidente da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein

Na saúde, Einstein buscou ser referência informativa

Segundo presidente do grupo, ação contundente contra as fake news continua

11 de novembro de 2022

O Einstein considera que sua marca saiu fortalecida da pandemia?

Diante do desafio imposto por um vírus totalmente desconhecido pela humanidade, podemos afirmar que o Einstein saiu fortalecido não somente em termos do cuidado com nossos pacientes nos sistemas público e suplementar, mas também do ponto de vista de reputação. Isso porque assumimos duas importantes missões sociais, a de “cuidadores” e a de “explicadores”, o que proporcionou sermos a principal referência no País na disseminação de informações de saúde verdadeiras com base em ciência.

Como “explicadores”, o Einstein se colocou como divulgador e esclarecedor de fatos, em uma atuação contundente de combate às fake news. Agora, continuamos nesta empreitada de qualificar a informação e fazê-la chegar ao maior número de pessoas possível. Como “cuidadores”, nossa ação na linha de frente dos hospitais privados e públicos, o cuidado humanizado, o acesso amplificado à saúde de qualidade por meio da telemedicina, tudo o que produzimos em pesquisa, entre vários outros fatores, também contribuíram para fortalecer a marca Einstein em suas diferentes frentes: ensino, pesquisa, inovação, atendimento no SUS e responsabilidade social.

 

No início da pandemia, houve alguma preocupação específica para entender e administrar possíveis riscos à reputação da marca?

Não olhamos a maior crise sanitária do último século somente pela perspectiva do risco de imagem e reputação, pois, afinal, eram questões inerentes aos sistemas de saúde do Brasil e do mundo. Num primeiro momento, tínhamos uma única preocupação, que era atender os pacientes com qualidade e segurança, além de cuidar dos nossos profissionais que estavam na linha de frente. Essa visão nos norteou no decorrer de todo o período pandêmico.

Do ponto de vista de marca, para conter qualquer risco associado ao Einstein, fomos transparentes e íntegros na atuação calcada pela evidência científica. Procuramos usar a credibilidade e o alcance da marca para debelar boatos. Criamos um plano de enfrentamento e um comitê de crise formado por lideranças de diversas áreas – o que significava, também, transmitir informação de maneira transversal aos nossos colaboradores, além de dialogar com diferentes agentes da sociedade.

 

Que ações de marketing ou comunicação podem ser destacadas como simbólicas desse período?

Durante a emergência sanitária, o Einstein foi o protagonista no compartilhamento de conhecimento em saúde no País. Promovemos diversas ações que, para nós, são simbólicas. Nos momentos mais críticos da pandemia, com alta mortalidade, hospitais sobrecarregados e equipes extenuadas, sentimos a necessidade de não apenas alertar a população, mas também trazê-la de volta para a consciência.

Realizamos chamamentos em formato de vídeo para propagação pelas redes sociais, por aplicativos de mensagens e até pelos veículos de comunicação. Era hora de exercermos a nossa responsabilidade de orientar e de combater as fake news por meio da informação – que, quando qualificada e baseada em ciência, salva vidas. Acreditamos que nosso objetivo de sensibilizar as pessoas foi bem-sucedido, já que os vídeos foram os mais vistos do nosso canal do YouTube em 2021 – o primeiro deles obteve mais de 315 mil visualizações.

Também nos posicionamos como grande parceiro e fonte de informações confiáveis para a imprensa. Inclusive registramos o enfrentamento à covid-19 nos hospitais públicos e privados administrados pelo Einstein, desde o início da pandemia, conteúdo que originou o documentário Retratos de uma Pandemia, disponível gratuitamente a não assinantes no GloboPlay. É um trabalho extremamente importante para mostrar às futuras gerações como foi o enfrentamento ao vírus pelo ângulo de quem atuou na linha de frente.

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