“Tudo indica que estamos diante de um ciclo virtuoso que nos levará ao MBA do futuro. (…) Os profissionais escolhidos serão aqueles que compreenderam a importância da aprendizagem contínua”
O mundo acadêmico, assim como tantos outros setores, foi extremamente desafiado pela recente pandemia e obrigado a se ajustar às circunstâncias do distanciamento social e outras medidas, sofrendo severos impactos. O iceberg pouco a pouco foi se tornando visível. Boa parte do que vimos estava silenciosa – mente submersa e se preparando para emergir no futuro próximo. Temas como competências para o século 21, perspectivas de trabalho para os jovens e desafios do mundo exponencial, entre outros, se já despontavam, agora emergiram completamente.
Os cursos de MBA – que em sua imensa maioria ocorriam de maneira presencial – se ajustaram com muita rapidez e permitiram a continuidade das aulas via ambiente remoto. Alunos e professores tiveram um papel primordial, colaborando com resiliência, flexibilidade e muito esforço. Foi uma experiência vitoriosa, cheia de aprendizado, que já concluiu o seu ciclo. Qual será a expectativa para o futuro?
Quais os novos desafios que os cursos vão enfrentar quanto a currículo, formato de entrega, carga horária, atividades e etc., para atender às expectativas de um aluno que já visualizou e se conscientizou de várias partes desse iceberg e que também se conscientizou da importância do propósito, da economia circular, do impacto social das atividades econômicas, além da sustentabilidade do planeta?
Os cursos de MBA precisam aplicar o que nos ensinam as disciplinas de Customer Experience, reforçando uma cultura centrada no cliente, oferecendo uma jornada diversificada, inovadora, com experiências únicas de aprendizado, e atendendo às expectativas desse aluno que atuará sob novos paradigmas e em empresas que estão se reinventando continuamente para acompanhar um mundo Vuca – acrônimo em inglês para volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade (volatility, uncertainty, complexity e ambiguity).
Tudo indica que estamos diante de um ciclo virtuoso que nos levará ao MBA do futuro. As empresas, incorporando em sua missão a responsabilidade social, econômica e ambiental, ampliam e diversificam suas atividades e passam a buscar profissionais com competências atualizadas, por sua vez adquiridas em diversos cursos, sejam eles de MBA, Educação Executiva ou qualquer outra nova forma de aprendizado. Dada a dinâmica do mundo dos negócios e das necessidades dos consumidores, os profissionais escolhidos serão aqueles que compreenderam a importância da aprendizagem contínua para manter a sua permanente atualização e consequente empregabilidade. Os MBAs do futuro serão aqueles que entenderam esse ciclo, dispõem de sólida base didática e metodológica, transitam com desenvoltura na tecnologia de ensino online e, por meio de seus docentes e pesquisadores, atendam às necessidades desses profissionais, proporcionando uma experiência de jornada compatível com os novos padrões de ensino e consumo de informação, com conteúdo curado e recomendado por especialistas do mercado e nos novos paradigmas culturais de forma e acesso já estabelecidos pelas plataformas de entretenimento.
O aluno do MBA do futuro, paralelamente, aproveitará canais complementares de aprendizado, como seus pares, ambientes de social learning, cursos focados em temas essenciais e em plataformas especializadas – e nem sempre de instituições acadêmicas, mas sim oferecidos por novos entrantes de educação. Chegamos aos tempos do life long learning exponencial!