Realização:

Estadão

Produção:

Media Lab

Soft skills nos cursos de MBA

Habilidades comportamentais têm papel primordial

Por Alessandra Costenaro Maciel

“Muitas escolas de negócio ao redor do mundo entenderam seu papel em preparar os profissionais e estão investindo esforços para oferecer programas de MBA que desenvolvam e aprimorem essas skills”

As pessoas aprendem de diversas formas e de fontes plurais, seja por meio de microlearning, seja em cursos contínuos. Assim, quando um estudante procura a educação formal, através de cursos de graduação ou de pós-graduação, cabe à escola de negócios, a detentora da curadoria de conteúdo, oferecer programas que em sua composição contemplem skills para suprir as necessidades do perfil profissional requeridas pelo mercado de trabalho.

As pessoas aprendem de diversas formas e de fontes plurais, seja por meio de microlearning, seja em cursos contínuos. Assim, quando um estudante procura a educação formal, através de cursos de graduação ou de pós-graduação, cabe à escola de negócios, a detentora da curadoria de conteúdo, oferecer programas que em sua composição contemplem skills para suprir as necessidades do perfil profissional requeridas pelo mercado de trabalho.

As organizações buscam profissionais com uma boa formação e dedicados a seus crescimento e desenvolvimento, principalmente em momentos em que o mercado enfrenta crises e incertezas. Diante desse cenário, as habilidades comportamentais [soft skills] passam a ter um papel primordial para os profissionais se destacarem no mercado de trabalho. No recrutamento, por exemplo, a inteligência artificial e o machine learning eliminam as etapas do processo seletivo que avaliam as competências técnicas dos candidatos, deixando para as interações humanas a identificação das soft skills dos profissionais.

Uma publicação do World Economic Forum, de janeiro de 2020, traz as profissões do futuro (Jobs of Tomorrow), bem como suas correspondentes necessidades de habilidades. Embora habilidades tecnológicas disruptivas como ciência de dados e habilidades de inteli gência artificial (IA) certamente sejam críticas para o futuro do trabalho, o mesmo ocorrerá com a liderança e a capacidade de fornecer aprendizado e desenvolvimento.

Em outro relatório, The Future of Jobs Report, também do WEF, porém publicado em 2018, destacam-se com notoriedade as habilidades socioemocionais (skills emergentes) na composição do perfil do profissional. Dentre essas habilidades requeridas, elencam-se: pensamento analítico e inovador, criatividade, originalidade e iniciativa, inteligência emocional, liderança e influência social, resolução de problemas complexos, pensamento e análise crítica, resiliência, tolerân cia ao estresse e flexibilidade, aprendizagem ativa e estratégias de aprendizagem e raciocínio, além de resolução de problemas.

Diante desse novo mundo do trabalho, observa-se que a transição se centra tanto no homem quanto na tecnologia. Sendo assim, fica clara a importância do papel do MBA que, além da proposta de formação de líderes – e todas as hard skills, ou núcleo duro –, composta por disciplinas como finanças, estratégia, marketing, sustentabilidade, pessoas e ciência de dados, precisa incluir as soft skills liderança, inteligência emocional, adaptabilidade, comunicação e visão sistêmica da organização. Elas farão frente às necessidades exigidas pelo mercado de trabalho e serão importantes nas relações pessoais.

Muitas escolas de negócio ao redor do mundo entenderam seu papel em preparar os profissionais e estão investindo esforços para oferecer programas de MBA que desenvolvam e aprimorem essas skills. Fazendo uma pesquisa nas escolas brasileiras e estrangeiras, encontram-se programas de MBA que oferecem desde assessment e sessões de coaching/mentoring até teambuilding para treinar as habilidades de pressão em ambientes complexos e adversos e aprimorar relações sociais.

Vale ainda destacar que entidades como a Associação Nacional de MBA (Anamba) possuem o propósito de certificar a qualidade de cursos de MBA no Brasil e, para tanto, levam em consideração a avaliação de vários critérios, entre eles a composição curricular contemplando skills técnicas e comportamentais. Os critérios detalhados e a lista das escolas acreditadas estão disponíveis em www.anamba.com.br.

Alessandra Costenaro Maciel é diretora executiva da Anamba e coordenadora de pós-graduação na escola de negócios Imed