Pensar no futuro deixou de ser apenas investir em educação ou saúde. A previdência privada, investimento que visa o longo prazo e funciona como complemento para aposentadoria, já tem importância maior que a tradicional Previdência Social. A tendência é uma resposta às discussões sobre a reforma da Previdência, aumento de empreendedorismo e diminuição de contratos do tipo CLT, cenário que tira a Previdência Social do radar de muita gente.

“Ao resgatar o rendimento e o valor investidos durante anos, o investidor consegue manter padrão de vida de quando está no auge da vida profissional, mesmo trabalhando pouco ou nada”, explica Bruno Hora, diretor da BankRio Financial Group, consultoria de planejamento financeiro.

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Com catálogo repleto de opções de fundos de previdência privada disponíveis no Brasil, as dúvidas são muitas: Como decidir pelo plano A ou B? Quais os aspectos importantes? Quanto precisa ser investido? É possível investir mesmo com salário baixo? Investimento é para todo mundo? Previdência é necessária para quem já possui poupança? Onde encontrar todas essas informações? PGBL ou VGBL? Tributação Progressiva ou Regressiva? (veja box abaixo)

Geraldo Magela, sócio-diretor da Prevue Consultoria, afirma que pelo menos 10% do salário deve ser aplicado mensalmente em um plano de previdência. “Isso precisa ser feito de forma obrigatória e, gradativamente, o valor tem que aumentar.” A escolha pelo plano parte de um planejamento que considera o tempo de investimento, a renda desejada, a idade de resgate e o capital que se pretende receber. É aí que se define qual o valor ideal a ser direcionado à Previdência.


Quanto mais próximo ou maior que 100% do CDI, melhor o plano

 

Entre as opções que passarem no filtro, ainda será preciso comparar taxas de carregamento, saída, administração e rentabilidade. Esses dados estão disponíveis para consulta nos respectivos sites das seguradoras e corretoras de cada plano. Magela alerta para algumas “pegadinhas” dos números absolutos. “Nem todo plano com alta taxa de administração é ruim. Há planos baratos que não entregam retorno”, afirma.

A taxa de administração é o pagamento pela gestão e seleção dos papéis e ativos que, espera-se, gerarão retornos financeiros. Ela pode estar associada à rentabilidade e essas duas referências devem ser avaliadas conjuntamente. A taxa de rendimento é medida em relação ao Certificado de Depósito Interbancário (CDI). Quanto mais próximo ou maior que 100% do índice, melhor o plano, pois entrega mais rentabilidade sobre o dinheiro investido.

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No entanto, hoje, mais de 2/3 dos fundos de Previdência no Brasil rendem abaixo de 90% do CDI, classificando-se como um rendimento ruim. Se esses planos cobram taxa de administração de 2%, por exemplo, estão caros e não são indicados. Caso o fundo invista majoritariamente em renda fixa, como Tesouro Direto, LCI, LCA, CRI/CRA, a taxa de administração precisa ser baixa, porque é um investimento considerado mais seguro, menos volátil e com menos retorno. Quando o perfil for multimercado, a taxa de administração pode ser maior, entre 2% e 3% ao ano, sobre o saldo investido – aplicação mais o rendimento. É o custo da expertise do gestor.

O boom do mercado de fundo de previdência eliminou as taxas de carregamento ou entrada, pagas quando o aporte inicial é feito. Hoje, os valores já praticamente inexistem. Bruno Hora menciona a taxa de saída, pagamento debitado em resgates feitos antes do chamado período de carência do plano. O valor, nesse caso, não precisa ser considerado. “Se for um problema é porque o investimento foi equivocado”, pontua o diretor.

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Além do valor acumulado, o que importa em um fundo de previdência é a forma de acesso a esse montante: renda vitalícia, espécie de salário que vem da previdência privada ou saques quando desejados pelo investidor. Cada um deles possui forma e condição no pagamento. O diretor da Prevue lembra que todos os fundos precisam entregar ao investidor suas opções e as respectivas condições.

Do olho no rendimento. De 2014 a 2017 a arrecadação dos Planos de Caráter Previdenciário subiu de R$ 81 bilhões para R$ 118 bilhões, um aumento de 45%. Até o fim de 2017, a Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg) registrava 13,3 milhões de planos de previdência contratados. Os números escancaram o espaço para crescimento desse mercado, mais dinâmico e competitivo, e exigem que o investidor aprenda a comparar os planos disponíveis. Ele precisa saber o momento de fazer portabilidade para um fundo que rende mais ou para um produto ao qual antes, com menos recurso, ele não tinha acesso. Para comparar os produtos, existem plataformas disponíveis em corretoras, fintechs, consultorias de planejamento financeiro e até mesmo os bancos tradicionais.

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O aquecimento do mercado de planos exige que o investidor aprenda a comparar os planos disponíveis. Ele precisa saber o momento de fazer portabilidade e otimizar seus investimentos.

Veja quanto será a retirada se começar a investir aos:

25 anos
Investimento de R$ 1.200
Receber aos 65 anos R$ 10.004/mês até os 91 anos

30 anos
Investimento de R$ 1.200
Receber aos 65 anos R$ 7.480/mês até os 91 anos

35 anos
Investimento de R$ 1.200
Receber aos 65 anos R$ 5.502/mês até os 91 anos

40 anos
Investimento de R$ 1.200
Receber aos 65 anos R$ 3.953/mês até os 91 anos

PGBL X VGBL: Veja em qual das duas modalidades seu perfil se encaixa melhor

PGBL – Plano Gerador de Benefício Livre

– Ideal para quem paga muito Imposto de Renda (IR) e usa gasto com Saúde e Educação para reduzir a carga tributária na declaração anual

– A aplicação em PGBL age no IR como se fosse recibo de médico, aumentando a quantidade que restituída no Ir

– Na retirada, o imposto é cobrado sobre o saldo total: aportes + rendimento

– Dedutível em até 12% da renda tributável anual, para quem faz declaração de IR completa

– Comum em Previdências nas quais empresas e funcionários fazem aporte – reduz imposto para ambos

– Precisa estar vinculado ao INSS

– Não é considerada no inventário

– Ausência de come-cotas

VGBL – Vida Gerador de Benefício Livre

-Vale para quem tem pouco Imposto de Renda (IR) a pagar na declaração anual, ou isentas, ou quem recebe rendimento não tributável como dividendos

– Aplicação não é dedutível do IR

– Na retirada, imposto é cobrado apenas sobre o rendimento

– Sugerido para quem faz declaração de IR simples, com dedução prevista de 20%

– Mais popular e qualquer um pode ter

– Dispensa vínculo com INSS

– Não é considerada no inventário

– Ausência de come-cotas

De olho no formato da tributação

Tabela Regressiva

– O tempo a seu favor

– Ideal pra quem pensa em manter a Previdência por mais de 10 anos

– O imposto a ser pago na retirada é de 35%, inicialmente. A cada dois anos cai 5 pontos percentuais, chegando no mínimo de 10% de imposto após 10 anos de contribuição

Tabela Progressiva

– A hora é agora, ou daqui a pouco

– Ideal para quem quer contribuir menos de 10 anos

– Imposto de acordo com a quantia que será recolhida. Máximo de 27,5% sobre o valor resgatado

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