categoria Bancos | Middle Market do anuário Finanças Mais foi a que teve mais mudanças de 2016 para 2017. Na primeira colocação, ficou o Banco Daycoval, que em 2018 celebra 50 anos de existência e um lucro inédito, acima de R$ 500 milhões. Em segundo lugar, vem o também estreante Banco Tricury e, em seguida, o Banco Ribeirão Preto (BRP), repetindo a colocação da edição de 2017.

Com quase 200 pontos de venda, entre agências, lojas de consignado e lojas de câmbio, o Daycoval é historicamente um banco de crédito. O foco está nos empréstimos para empresas, que representam quase 70% da carteira de crédito, especialmente pequenas e médias, com 90% dos clientes faturando até R$ 300 milhões por ano. “Temos todos os produtos que um banco de crédito tem, como consignado, veículos, asset management, lojas de câmbio, Daycoval Investe (plataforma online de investimento), área de leasing, área de BNDES”, conta Ricardo Gelbaum, diretor institucional do Daycoval.

O planejamento cuidadoso desde 2014 para enfrentar a crise econômica foi fundamental, avalia Gelbaum. “Quando veio a recessão, com os bancos públicos recuando, os bancos grandes preocupados com o cenário político, alguns bancos estrangeiros sendo vendidos ou saindo do País, estávamos com baixa alavancagem e uma enorme base de capital para aproveitar um período de baixa concorrência”, comemora. “Com isso, pudemos ser bastante seletivos nos empréstimos, com boas operações, boas companhias, mas principalmente com boas garantias.”

Para mitigar riscos, o banco apostou na diversificação, com participação pequena em todos os setores. “Olhamos operação por operação, não queremos ter grande concentração em nenhum setor.” A carteira de crédito do banco reflete esse posicionamento. Em março de 2018, de R$ 16 bilhões, R$ 10 bilhões são empréstimos para empresas, R$ 5 bilhões para consignado público (aposentados, servidores federais e Forças Armadas) e quase R$ 1 bilhão para financiamento de veículos.

De menor porte, o Tricury, segundo colocado no ranking, completa 31 anos em 2018 e atende empresas de diversos setores, como indústrias de alimentos, automotivas, embalagens, brinquedos, móveis, construção, além dos setores de serviços de transporte, saúde, educação e comunicação. Carlos Pavel, diretor comercial do banco, destaca os resultados positivos obtidos em 2017, especialmente contrastando com a economia do País, que cresceu apenas 1% no período. Com crescimento de 24% em relação a 2016, o lucro líquido do Tricury atingiu R$ 32,7 milhões em 2017, com retorno sobre o patrimônio líquido de 16%.

Assim como outras instituições, o Tricury vem concentrando seus esforços em operações com mais garantias como forma de manter baixas as taxas de inadimplência. “Temos um quadro reduzido de funcionários, 38 no total, sendo sete na área comercial e cada vez mais especializados em operações de crédito com garantia de imóveis, sejam eles operacionais, de seus acionistas ou empresas patrimoniais ligadas ao grupo tomador”, explica.

Para 2018, Pavel diz que a postura é de cautela. “Apesar de o primeiro trimestre ter sido favorável para a concessão de crédito, quando o banco apresentou crescimento de 10% em relação a dezembro de 2017, considerando os recentes acontecimentos nos aspectos econômicos e políticos, continuaremos mantendo o conservadorismo em relação às operações de crédito”, ressalta.

Terceiro colocado no ranking pelo segundo ano consecutivo, o BRP é também o que tem atuação mais regional. Especializado em atender pequenas e médias empresas da região de Ribeirão Preto (SP), foca no atendimento especializado. Com cerca de 400 clientes ativos em todo o complexo agroindustrial, a carteira de crédito soma R$ 490 milhões e a projeção é fechar 2018 com R$ 600 milhões, aumento de 25% ante 2017. “Temos uma atuação muito diferente. Conhecemos profundamente todo o ambiente macroeconômico, os setores, e sabemos detalhadamente o que está acontecendo com cada um dos clientes”, explica Nelson Rocha Augusto, presidente e economista-chefe do BRP.

“Pudemos ser bastante seletivos nos empréstimos, com boas operações, boas companhias, mas principalmente com boas garantias.” – Ricardo Gelbaum, diretor institucional do Banco Daycoval

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