Confiança merece crédito
- 1º CREFISA CFI
- 2º MIDWAY CFI (RIACHUELO)
- 3º OMNI CFI
As três primeiras colocadas registraram crescimento na concessão de recursos, mesmo diante do vaivém do cenário econômico
Pouca recuperação econômica, mas com melhora na confiança dos consumidores, o que estimulou a busca por crédito. As três primeiras colocadas na categoria Financeiras do anuário Finanças Mais — Crefisa, Midway e Omni — têm como ponto comum em seus balanços o crescimento da carteira de crédito. “Atingimos um crescimento aproximado de 30% na carteira, muito pela retomada da confiança dos clientes”, afirma Leila Mejdalani Pereira, presidente da Crefisa, que, pelo segundo ano consecutivo, foi a líder no ranking do setor. Em dezembro de 2017, a empresa tinha uma carteira de crédito de R$ 2,12 bilhões. O avanço da Crefisa nesse critério foi bem superior ao acumulado pelo setor como um todo, que fechou 2017 com R$ 108,94 bilhões em crédito, aumento bem menor, de 13,4%, sobre 2016.
A Midway, financeira da Lojas Riachuelo, e a Omni, respectivamente segunda e terceira colocadas, também registraram melhora nesse quesito. Na Midway, a carteira de crédito avançou 13%, a R$ 3,33 bilhões. “Esse aumento está em linha com o crescimento de vendas da própria Riachuelo, que foi de 11,9% em 2017, e também com a maior oferta de cartões co-branded e de crédito pessoal”, explica Paulo Mendes, diretor da Midway, financeira que tem 29,5 milhões de cartões private label (marca própria) e outros 5,5 milhões das bandeiras Visa e Mastercard. A Omni, que oferta crédito para veículos, empréstimo pessoal e lojistas, registrou uma alta menor na carteira de crédito, de 5,5%, a R$ 1,9 bilhão, mas avanço expressivo no lucro, perto de 200%, a R$ 56 milhões.
O resultado final da operação ficou em linha com o bom momento do setor, que viu os lucros saltarem expressivamente. No acumulado, em 2017, as financeiras lucraram, ao todo, R$ 3,373 bilhões, avanço expressivo de 46,4% sobre 2016. O conjunto das financeiras também melhorou a rentabilidade sobre o patrimônio líquido, de 10,6% para 16%, entre 2016 e 2017, conforme os balanços financeiros analisados pela Austin Rating, responsável pela organização dos rankings de Finanças Mais.
Na líder Crefisa, contudo, o desempenho final ficou estável na comparação anual. A presidente da financeira, ao comentar a estabilidade no lucro em R$ 1 bilhão (quase um terço de todo o setor), atribui parte ao momento do País. “O ambiente macroeconômico desfavorável explica a estabilidade. Além disso, estamos fazendo investimentos muito fortes em tecnologia e, ao mesmo tempo, oferecendo taxas mais competitivas, por isso o lucro ficou estável”, diz Leila, acrescentando que ficou dentro do esperado pelas dificuldades impostas pelo cenário, que inclui a inadimplência. A Crefisa conseguiu aumentar o número de clientes, segundo informação de sua presidente, em 28% na comparação anual. “Apesar da pouca perspectiva, quando há melhora no ambiente macroeconômico, os clientes se sentem mais confiantes e nos procuram mais. Vamos manter nossa política de concessão de crédito e ficaremos atentos ao comportamento dos índices de inadimplência.” Sobre 2018, Leila Mejdalani Pereira diz apenas que o ano está caminhando melhor do que 2017, o que sugere “perspectiva de um crescimento sólido, mas ainda é cedo para fazer um prognóstico completo”.
A segunda colocada, a Midway, não conseguiu manter o lucro líquido, fechando 2017 com queda de 7,6%, a R$ 194,1 milhões, parte por conta de mudanças nos critérios de rateio de despesas entre a financeira e a Lojas Riachuelo, explica Paulo Mendes. “Nós conseguimos mitigar os efeitos do cenário adverso em 2017 com a revisão de processos e a implementação de novas ferramentas para concessão de crédito e gestão da cobrança”, informa o diretor, que já espera redução dos níveis de inadimplência por causa da melhora do cenário econômico, “ainda que modesta”.
A Midway, por meio da implantação da solução de concessão e gestão de crédito da Serasa, conseguiu registrar uma queda no índice de perda com empréstimo pessoal de 19,1% para 17,1%, em 12 meses. Em que pese a crise no País, houve aumento do tíquete médio gasto por cliente, um salto de 6,2%, para R$ 186,6, número que se refere especificamente ao cartão private label.
A oferta de produtos de assistência e seguros, como residencial, odontológico e assistência 24 horas a veículos, representou 7,9% das receitas totais. “Essas receitas são importantes aos negócios da Midway”, afirma Paulo Mendes. “Buscamos sempre oportunidades de up-sell e cross-sell com produtos aderentes às necessidades de nossa base de clientes.” O desempenho da Midway, em 2018, segundo o diretor, tem sido “consistente, reflexo da melhora de qualidade na concessão e das oportunidades junto à base de clientes”.
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