Cautela para crescer mais
- 1º POTTENCIAL SEGURADORA
- 2º JMALUCELLI SEGURADORA
- 3º PAN SEGUROS
Pottencial conquista liderança com o aumento da rigidez nos contratos, sua justificativa para sinistralidade baixa e lucro maior
A estratégia de cautela na subscrição de risco, evitando expor a carteira em excesso, foi mantida à risca pela Pottencial Seguradora e deu resultado. A instituição saltou do segundo lugar na categoria Seguradoras | Riscos Financeiros da edição de 2017 do anuário Finanças Mais para a primeira colocação na versão de 2018. “Negamos quase o dobro do que fazemos. Por isso, nossa sinistralidade é muito baixa”, comenta João Géo Neto, presidente da Pottencial, que tem na carteira produtos de riscos financeiros com garantia judicial, de engenharia, fiança locatícia e DPVAT. A sinistralidade da seguradora, destaca o executivo, é de apenas 5%, ante uma média do mercado entre 15% e 20%.
A cautela não impede a Pottencial, criada em 2010, de seguir expandindo a operação. Em 2017, o valor dos prêmios emitidos saltou 51%, para R$ 505,3 milhões, resultando em um lucro líquido de R$ 52 milhões, avanço de 17%, um desempenho bem superior ao do segundo e do terceiro colocados desta categoria de Finanças Mais: JMalucelli (queda de 8% nos prêmios emitidos) e Pan Seguros (alta de 4,20% no mesmo item).
“Nós somos menores, o que nos garante muita agilidade nas decisões. Temos muito know-how na subscrição de risco, trabalhamos com informação de qualidade e um time muito eficiente e afinado”, diz Géo Neto, destacando a busca por profissionalismo. “Acabamos com a cultura de o corretor ir tomar um cafezinho no cliente. Ele tem de ir munido de planilha, com um relatório para apresentar, é preciso mais profissionalismo.” A seguradora também exibiu forte alta nos ativos totais, que foram de R$ 647 milhões, em 2016, para R$ 1,027 bilhão em 2017.
O seguro-garantia, que assegura o cumprimento de obrigações contratuais, é o carro-chefe, com destaque para o crescimento da categoria privada, que não inclui o poder público e dobrou de tamanho na carteira. “Muitas companhias ganharam concessões de infraestrutura, em energia, por exemplo, mas sem ter know-how, eram fundos de private equity. A solução foi contratar terceiros para executar a obra, fechando um seguro-garantia para assegurar o cumprimento do contrato”, explica Géo Neto. A Pottencial também incluiu dois novos produtos na carteira, o Aviation e o Riscos Diversos. “Em 2018, estamos indo muito bem. Avançamos 40% em prêmios no primeiro quadrimestre e já pensamos em novos produtos.”
O vice-presidente da JMalucelli, Gustavo Henrich, avaliou como positivo o desempenho da seguradora, mesmo com recuo no lucro líquido de 22,7%, para R$ 42,9 milhões. “A economia ainda passa por um momento difícil, mas mesmo assim tivemos um bom resultado em 2017. Nossos prêmios diretos cresceram 10% em relação a 2016”, comenta Henrich. O chamado prêmio direto é composto pelo prêmio emitido mais a variação das provisões técnicas. “Pela primeira vez nosso grupo ultrapassou a marca de R$ 500 milhões em receita, o que possibilitou dobrar nosso resultado operacional em relação a 2016”, completa o executivo.
Entre as iniciativas que deram certo, Henrich cita o investimento em tecnologia e o incremento da equipe comercial, possibilitando a ampliação da carteira de corretores, assim como do controle das despesas administrativas. Na JMalucelli, o produto de maior crescimento é o garantia judicial. “É um produto que não guarda qualquer relação com a quantidade de obras e serviços que ocorrem no Brasil”, diz o executivo, explicando o porquê do bom desempenho mesmo na recessão. “Estimamos que ele represente 70% dos prêmios de seguro-garantia que se emitem no Brasil hoje em dia.” O produto é procurado para garantir riscos de processo na esfera fiscal envolvendo discussão de tributos, além de ações cíveis e trabalhistas.
“Começamos 2018 muito bem”, afirma Henrich, informando que os prêmios cresceram 91% em comparação com o primeiro trimestre de 2017. O número de apólices cresceu 29% na mesma base de comparação. “As perspectivas são boas para o restante do ano, pois as vendas de judiciais continuam muito fortes e a economia, ainda que timidamente, começa a se recuperar.”
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