Dobradinha bicampeã
- 1º BANCOOB
- 2º SICREDI
- 3º A.J.RENNER
Bancoob e Sicredi repetem a colocação obtida na edição anterior e são acompanhados pelo Banco Renner, que ficou em terceiro lugar
Os bancos e as cooperativas de crédito prosperaram na esteira da crise econômica e repetiram nesta edição de Finanças Mais a dobradinha nas duas primeiras colocações na categoria Bancos | Financiamento. Para o primeiro lugar, foi eleito o Banco Cooperativo do Brasil (Bancoob) e, para o segundo, o Banco Cooperativo Sicredi. Estreando no ranking, o Banco Renner completa a lista dos mais bem classificados.
O Bancoob e o Sicredi têm estrutura similar e são braços financeiros dos seus sistemas cooperativos, o Sicoob e o próprio Sicredi. No caso do Bancoob, são 466 cooperativas, com 2.697 agências, que atendem 4 milhões de cooperados. “O Bancoob cria e desenvolve produtos que são comercializados pelas cooperativas e já temos a quinta maior rede de agências do País”, explica Marco Aurélio Almada, diretor-presidente do Bancoob.
A palavra de ordem no Bancoob é diversificação de negócios. Nessa estratégia, as principais novidades foram o lançamento da plataforma de adquirência de cartões, o Sipag, e de uma seguradora de vida e previdência. Juntos, esses dois negócios responderam por 25% do resultado do banco, que alcançou R$ 174,6 milhões em 2017, um crescimento de 7,6% em relação a 2016. “Nosso negócio é fazer com que a cooperativa seja tão ou mais competitiva do que os bancos de varejo. Esse processo continua. Nossa plataforma de crédito habitacional está entrando em operação e estamos aguardando o Banco Central autorizar a carteira de câmbio”, afirma Almada. Com isso, destaca, o Sicoob como um todo alcançou um resultado de R$ 2,8 bilhões, alta de 15%.
A carteira de crédito, no entanto, ainda responde por boa parte dos resultados. No Bancoob, a intermediação financeira foi responsável por 36% do lucro, enquanto no Sicoob essa participação foi de 77%. “Nos últimos dois anos, o papel do Bancoob foi ajudar o Sicoob a aumentar a receita com prestação de serviço”, diz o executivo. “Mesmo com as incertezas do ambiente econômico, encontramos boas respostas nas nossas iniciativas e temos expectativa de crescimento nas nossas linhas de negócio que vão de 15% a 20%.”
Concorrente direto do Sicoob, o Sicredi atende 3,7 milhões de associados, por meio de 1.587 agências em 21 Estados do País. Assim como acontece com o Bancoob, o Banco Cooperativo Sicredi atende o Sicredi. “O sistema Sicredi é um combinado de instituições financeiras que inclui 116 cooperativas de crédito e o banco”, afirma João Tavares, presidente do Sicredi.
A presença nas comunidades em que atua está no centro da estratégia do Sicredi. Como destaque, Tavares cita o crescimento dos ativos do Sicredi, de 17% em relação a 2016, e o avanço de 21% na carteira de crédito. “A economia do dia a dia não parou e, como estamos presentes nesse espaço, conseguimos ganhar participação. O cooperativismo como um todo tem 3,6% do mercado e o Sicredi responde por aproximadamente metade disso”, explica. “Já temos uma atuação forte onde antes não tínhamos, como o interior de São Paulo, e o Sicredi vai abrir 142 agências em 2018.”
O foco na presença física, no entanto, não exclui o investimento em tecnologia, de mais de R$ 317 milhões neste ano. “Vamos lançar uma plataforma, a Whoop, que permite a associação à cooperativa de crédito de forma digital. A tecnologia também ajuda a viabilizar a proximidade, principalmente com os jovens”, ressalta.
Completando o ranking da categoria, o Banco Renner tem atuação diferente da dos dois primeiros colocados. A instituição é focada em operações de financiamento de veículos usados no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Juntas, respondem por cerca de 85% das operações de crédito, que representam 84% da receita total.
O banco alcançou lucro líquido de R$ 24 milhões em 2017, alta de 39,6% em relação a 2016. Thiago Urbaneja, diretor de Novos Negócios da instituição, explica que a principal razão para o aumento do lucro foi a queda no custo de captação, resultado da redução da taxa Selic. O executivo acredita na continuidade da retomada — ainda que lenta — da economia, enquanto mantém no radar o cenário eleitoral. “Desejamos que o próximo governo seja capaz de realizar os ajustes necessários para equalizar as contas públicas e resolver a crise fiscal do País, criando bases para um desenvolvimento sustentado.”
Bancos