O Tesouro Direto atingiu a marca de 1 milhão de investidores ativos em abril. Ainda assim, está longe dos mais de 35 milhões de cadernetas de poupança que existem no País. Especialistas destacam que o Tesouro apresenta rentabilidade superior à da poupança e com risco mínimo, mas muitos desconhecem a vantagem de investir em títulos públicos e, por isso, seguem guardando suas reservas na caderneta, mesmo ganhando menos.

“A poupança rende 70% do CDI [Certificado de Depósito Interbancário], que hoje está em torno de 4,37% ao ano, ou seja, cobrindo praticamente a inflação”, explica o professor Estevão Garcia de Oliveira Alexandre, coordenador dos cursos de pós-graduação da Faculdade Fipecafi (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras). “O Tesouro Direto é uma opção segura, descomplicada e de fácil acesso ao brasileiro, que pode garantir rentabilidade maior que a da caderneta de poupança”, diz.

O retorno vai depender do produto selecionado. É possível escolher entre títulos indexados ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é a inflação oficial e garante taxa de juros definida no momento da compra mais a inflação do período; prefixados, em que a taxa de juros já é conhecida na hora que se faz o investimento; e o Tesouro Selic, que rende a taxa definida no momento da aplicação mais a variação da Selic no período definido.

O professor Francisco Olivieri, mestre em Administração Estratégica e superintendente-geral do Instituto Mauá de Tecnologia, considera que ainda há desconfiança em torno do Tesouro Direto, que foi criado para democratizar os investimentos em títulos do governo.

O primeiro mito é quanto ao valor do investimento. “Antes, era preciso muito dinheiro para esse tipo de aplicação. Hoje, com cerca de R$ 30, é possível ter acesso a títulos públicos e garantir rentabilidade maior do que a da poupança com a mesma segurança”, comenta Olivieri ao afirmar que o Tesouro tem liquidez diária. “Pode comprar ou vender a qualquer momento, mas, se for antes do vencimento do título, pode não atingir a rentabilidade esperada”, explica o professor Alexandre.

Como começar

O primeiro passo para quem quer começar a aplicar no Tesouro Direto é ter um CPF e conta corrente em uma instituição financeira. Depois, se cadastrar em uma corretora ou banco que fará a intermediação das transações. O passo seguinte será o fornecimento da senha pela B3, que permitirá acesso à área restrita do Tesouro para compra e venda de títulos. A partir daí, o investidor já está habilitado para fazer compra e venda de títulos.

Outra preocupação é em relação ao Imposto de Renda, que segue a tabela regressiva de tributação, começando em 22,5% e podendo chegar a 15%, dependendo do tempo da aplicação. Mesmo com a cobrança do imposto, a rentabilidade ainda é maior do que a da poupança, que não tem incidência do IR.

Ao comprar um título público, o investidor empresta dinheiro para o governo brasileiro em troca do direito de receber no futuro uma remuneração por esse empréstimo, ou seja, receberá o que emprestou mais os juros sobre esse empréstimo. “Dessa maneira, com o Tesouro Direto, você não somente se beneficia de uma alternativa de aplicação financeira segura e rentável, como também ajuda o País a promover seus investimentos em saúde, educação, infraestrutura, entre outros, indispensáveis ao desenvolvimento do Brasil”, conforme informações do próprio Tesouro Nacional.

 

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Queda na taxa básica de juros ajuda a popularização do Tesouro Direto

Criado em 2002 com o objetivo de democratizar o acesso aos títulos públicos, o Tesouro Direto começou a se popularizar nos últimos anos, especialmente com a queda da taxa básica de juros, a Selic, que está em 6,5%.

Em 2010, o Tesouro contava com 49.107 investidores. O grupo de pessoas que possuem pelo menos um título do programa cresceu 61% nos últimos 12 meses e atingiu neste ano 1 milhão de investidores.

O Tesouro Nacional atribui essa alta à melhor comunicação do programa com os investidores, às novas ferramentas que aprimoraram sua usabilidade, como o app, à diminuição de custos, como a queda da taxa de custódia pela B3 (Brasil Bolsa Balcão) de 0,3% para 0,25% ao ano, anunciada em dezembro de 2018, à redução do spread do título Tesouro Selic e à diminuição das taxas cobradas pelos bancos e corretoras.