Garantia judicial ganha espaço na infraestrutura
Uma das pioneiras em seguro garantia, a J. Malucelli Seguradora completa 25 anos e conquista a liderança no ranking da categoria seguradoras/riscos financeiros de Finanças Mais. O volume de prêmios emitidos pela seguradora em 2016 superou R$ 450 milhões, alta de 20% sobre 2015, resistindo à piora do cenário econômico que impactou no volume de obras demandantes do produto. O seguro garantia, incluso no ramo de riscos financeiros e que assegura o cumprimento de obrigações contratuais, responde por 98% das vendas da J. Malucelli, que também emite fianças locatícias.
“Mesmo em um ano de falta de investimentos em infraestrutura, mantivemos lucratividade e crescemos em prêmios”, destaca Gustavo Henrich, vice-presidente da seguradora. Dentro do seguro garantia, o produto garantia judicial, que passou a ter melhor definição nos últimos anos e ser mais aceito nos tribunais, tem se destacado. “Na J. Malucelli não foi diferente, mas continuamos investindo em tecnologia e postos comerciais, porque acreditamos muito no mercado de varejo de garantias e na retomada de seu crescimento nos próximos anos”, avalia Henrich.
Cautela na subscrição de riscos foi uma das estratégias da Pottencial Seguradora, segunda colocada, para manter a operação saudável. A alta de 35% no lucro líquido da seguradora, segundo o presidente João Géo Neto, poderia ter sido maior, não fossem a incerteza e a instabilidade do mercado em 2016. “Isso nos levou a ser cautelosos ao tomar risco”, diz o executivo. Mesmo com mais cautela, o prêmio de seguro chegou a R$ 335 milhões, 23% acima de 2015.
No portfólio da seguradora, que inclui também fiança locatícia, risco de engenharia e DPVAT, o garantia foi o produto com melhor desempenho, com incremento maior nas garantias privadas em detrimento das públicas. O ano de 2017 começou positivo para a seguradora, com 26% de alta nos prêmios emitidos. “Trabalhamos com a perspectiva de crescimento tanto para prêmios como para lucro na ordem de 25% se comparado com 2016”, afirma Géo Neto.
Na Austral Seguradora, terceira no ranking, que trabalha com três linhas de produtos — seguro garantia, riscos de engenharia e riscos de petróleo —, os R$ 308 milhões em prêmios emitidos representam avanço de 32% sobre 2015. Um dos motivos do bom desempenho, explica Carlos Frederico Ferreira, presidente da empresa, foi a decisão estratégica de, no primeiro trimestre, por conta das incertezas, segurar a emissão de apólices: “Após o impeachment, quando boa parte do mercado tinha consumido sua capacidade de tomar riscos, estávamos a pleno vapor, atendendo o mercado a valores bem mais altos”.
A seguradora também vem registrando mudanças importantes no perfil de clientes. Até 2014, antes da Lava-Jato, a Austral atendia principalmente construtoras, que foram ficando de lado. “No leilão de linhas de transmissão no final de 2016, por exemplo, entraram clientes que não atuavam na área, como fundos de private equities e companhias internacionais. Agora, fazemos seguro para investidores e depois para construtoras que irão apenas executar a obra.”
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