Líderes das vencedoras olham para o futuro
Cerimônia de premiação apresentou discussões sobre sustentabilidade e mudanças na agenda corporativa
A cerimônia de anúncio dos vencedores da 6ª edição do Estadão Empresas Mais, realizada virtualmente na manhã da quinta-feira (10), demonstrou o quanto a premiação vem ganhando relevância ano a ano.
Os depoimentos dos líderes das empresas premiadas nas mais diversas categorias reforçaram o orgulho pelo prêmio e o reconhecimento da seriedade e da profundidade que pautam todo o processo, parceria do Estadão com a Austin Rating e a Fundação Instituto de Administração (FIA).
“Estamos muito felizes com esse reconhecimento. É um grande incentivo para nossos mais de 20 mil colaboradores”, disse Ian Craig, CEO da Coca-Cola Femsa Brasil, primeira colocada no setor de Alimentos e Bebidas.
Para Christian Gebara, presidente da Vivo – vencedora na categoria Telecomunicações –, o prêmio tem sabor especial por se tratar de um diferencial dentro de um setor extremamente competitivo. “Ainda mais num ano que evidenciou a força e a urgência do nosso propósito: digitalizar para aproximar.”
Ricardo Gondo, presidente da Renault no Brasil, classificou a primeira posição na categoria Veículos e Autopeças como “uma importante comprovação da qualidade das nossas práticas de gestão e de nossas ações socioambientais”.
O presidente do Bradesco, Octavio de Lazari Jr., disse que, mais do que feliz, estava emocionado com o prêmio de melhor banco do País – categoria que resulta do cruzamento de vários indicadores financeiros. “Neste momento tão desafiador do ponto de vista humano, econômico e social, continuamos acreditando no Brasil e no nosso futuro. Somos capazes de vencer os obstáculos.”
“É preciso organizar as despesas públicas, pois o nosso Estado custa muito e entrega pouco.”
Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados
Inovação e governança
“Parabéns pelo estímulo às empresas brasileiras que esse prêmio representa”, disse o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, que fez um pronunciamento durante o evento. Ele reforçou a importância de melhorar o ambiente de negócios no País para atrair investimentos e aumentar a competitividade.
A reforma tributária é o processo essencial para tudo isso, ressaltou Maia. “É preciso organizar as despesas públicas, pois o nosso Estado custa muito e entrega pouco.”
Dois temas essenciais para as empresas hoje – inovação e governança corporativa – foram objeto de análise especial nesta edição do Empresas Mais. Questionários específicos foram respondidos pelas participantes e posteriormente auditados para a obtenção das pontuações que definiram os vencedores dessas categorias – Arcelor Mittal em Inovação e Coamo Agroindustrial Cooperativa em Governança Corporativa.
Ângela Beatriz de Assis, diretora-presidente da Brasilprev, vencedora na categoria Serviços Financeiros e Seguradoras, ressaltou o acerto do processo ao investigar mais a fundo esses dois temas. “São práticas fundamentais para o nosso propósito de transformar a forma como o brasileiro se prepara para o futuro”, ela comentou.
“Os nomes representados na lista das melhores empresas do País não deixam dúvida da pujança da economia nacional”
Francisco Mesquita Neto, diretor-presidente do Estadão
Melhores entre as melhores
“Os nomes representados na lista das melhores empresas do País não deixam dúvida da pujança da economia nacional”, ressaltou o diretor-presidente do Estadão, Francisco Mesquita Neto, ao abrir o evento.
Algumas organizações obtiveram destaque especial pela soma dos reconhecimentos conquistados no Empresas Mais. A Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM) recebeu a maior pontuação final – sendo, assim, aclamada “Empresa do Ano”.
Foi também, por consequência, a melhor empresa da Região Sudeste e do setor de Metalurgia e Siderurgia. “É uma grande conquista para todos os funcionários e parceiros da CBMM. Seguiremos com a nossa missão de crescer sempre por meio da tecnologia”, afirmou Eduardo Ribeiro, CEO do grupo.
Vencedor da categoria Varejo, o Assaí Atacadista ficou na segunda posição geral. “Recebemos com muito orgulho a informação de que fomos considerados, pelo segundo ano consecutivo, a empresa mais eficiente do setor de varejo”, disse o CEO, Belmiro Gomes.
A terceira melhor pontuação ficou com a Calçados Beira Rio, vencedora também na categoria Têxtil e Vestuário e melhor empresa da Região Sul. “É uma grande honra receber esses prêmios. É o reconhecimento de um trabalho executado por milhares de pessoas – colaboradores, prestadores de serviço, fornecedores e lojistas”, ressaltou a diretora comercial e de Marketing, Maribel Silva.
A Shell Brasil ganhou entre as empresas de Mineração, Cimento e Petróleo e também como melhor Grupo. “Isso demonstra que a companhia está no caminho certo e ao mesmo tempo aumenta a nossa responsabilidade neste momento intenso de virada de chave para a adequação energética”, avaliou o presidente da empresa, André Araújo.
“Há uma maior atribuição de responsabilidades às empresas, a expectativa de um papel cívico, especialmente nas questões ligadas a segurança, saúde, meio ambiente e diversidade”
Marco Tulio Zanini, professor da Escola de Administração da FGV-RJ
Reforço da sustentabilidade
A premiação foi seguida pelo debate “2021: Um Novo Ano Um – A Hora e a Vez das Empresas Sustentáveis, Diversas e Flexíveis”, conduzido pela jornalista Vera Magalhães. Foi uma mesa-redonda que girou em torno da crescente importância dos princípios de ESG, iniciais em inglês para meio ambiente, social e governança (environmental, social and governance), as três dimensões envolvidas numa visão mais abrangente e holística de sustentabilidade.
Para Marco Tulio Zanini, professor da Escola de Administração da Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro (FGV-RJ), as características da crise trazida pela pandemia – imprevisibilidade e universalidade – estão forçando uma mudança na agenda da governança corporativa. “Há uma maior atribuição de responsabilidades às empresas, a expectativa de um papel cívico, especialmente nas questões ligadas a segurança, saúde, meio ambiente e diversidade”, ele observou.
A economista e consultora Zeina Latif afirmou que a reação do setor produtivo brasileiro à pandemia foi, de forma geral, muito positiva. “Há a compreensão de que o mundo está mais complexo e o consumidor, mais exigente, olhando um leque maior de fatores que impactam suas decisões de consumo.”
Confira como foi o evento virtual: