Atenção com o cliente ativa investimento

No campo da segurança, todos os anos, setor investe R$ 9 bilhões

O setor bancário está entre os que mais investem em inovações para oferecer facilidades e segurança aos clientes. Apenas em 2018, os investimentos em tecnologia somaram R$ 19,6 bilhões. De acordo com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), esses aportes permitiram que os canais digitais se consolidassem como o principal meio para a realização de transações bancárias.

No campo da segurança em geral, todos os anos, são destinados cerca de R$ 9 bilhões para a proteção de funcionários, clientes e instalações. O triplo do que era gasto dez anos atrás.

Ao longo de mais de uma década, diz a federação, os bancos têm investido em uma série de medidas preventivas para contribuir com a redução dos assaltos.

Entre essas ações, destacam-se a instalação de cofres com dispositivo de tempo, circuitos fechados de televisão (CFTV), sistemas de detecção e de monitoramento, alarme, entre outros. Adicionalmente, os bancos também instalam dispositivos com tinta especial que inutilizam cédulas nos casos de ataques a ATMs, como determina a Lei 13.654. A tecnologia contra a prática que tornou-se frequente no Brasil está em 75,6% dos caixas eletrônicos instalados em municípios com até 50 mil habitantes e em um terço dos terminais de autoatendimento nas cidades acima de 50 mil habitantes.

Pelo celular

Desde 2015, internet e mobile banking, juntos, assumiram a liderança na preferência do cliente para suas operações bancárias em lugar de outros canais, como agências, ATMs, correspondentes e contact center. E, desde 2016, o mobile banking é o canal preferido dos brasileiros para suas transações financeiras.

Atualmente, 40% dos 78,9 bilhões de transações bancárias feitas anualmente pelos clientes são pelo celular. Esse porcentual era de 10% há cinco anos. Em 2018, foram abertos 2,5 milhões de contas por meio do celular – aumento de 56% em relação ao 1,6 milhão registrado em 2017.

Em 2018, 2,5 bilhões de pagamentos de contas e transferências, incluindo DOC e TED, foram realizados por meio do mobile banking, que, pela primeira vez, superou o internet banking.

Milhares de agências

Os números do setor são superlativos: cerca de 470 mil funcionários diretos e quase 900 mil indiretos compartilham a tarefa de atender os mais de 150 milhões de clientes dos bancos, que, no fim de 2018, detinham pouco menos de R$ 3 trilhões em depósitos de terceiros sob sua responsabilidade, mantinham uma rede de mais de 21,65 mil agências bancárias em todo o Brasil e administravam R$ 8,8 trilhões em ativos financeiros. Além disso, as instituições financeiras contam com uma rede de 172,6 mil caixas eletrônicos.

A categoria Bancos do Estadão Empresas Mais é encabeçada pelo Bradesco e pelo Itaú Unibanco. Os dois bancos privados empataram na primeira colocação.

Em segundo lugar do ranking está o Banco do Brasil, na frente da Caixa Econômica Federal, instituição financeira terceira colocada desta edição 2019.

Após fusão com HSBC, finalizada em 2018, Bradesco promoveu renovação da marca

Retomada da concessão de crédito alavanca negócios

Líderes do setor apostam cada vez mais em ideias tecnológicas disruptivas para fomentar a inovação

O pódio da categoria Bancos do ranking Estadão Empresas Mais é dividido por duas instituições financeiras: Bradesco e Itaú Unibanco, que têm em comum a realização de grandes fusões. O Itaú Unibanco comemorou no ano passado 10 anos da fusão entre os dois bancos, na maior transação nesses moldes na história do País, e contabilizou lucro recorrente de R$ 25,7 bilhões com um retorno sobre o patrimônio líquido de 21,9%. “Mesmo em um ano desafiador, conseguimos entregar aumentos de retorno e de resultado”, diz Alexsandro Broedel, diretor executivo de Finanças e Relações com Investidores do Itaú Unibanco.

O Bradesco, por sua vez, finalizou no ano passado o processo da integração do HSBC, adquirido em 2015, o que determinou a nova subsegmentação do atendimento dos clientes. “Como sequência desse movimento, fizemos uma renovação da nossa marca com o objetivo de inspirar uma nova conexão com o cliente”, diz o diretor do Bradesco, Octavio de Lazari Junior.

“Assim como aconteceu em 2018, continuamos observando boa demanda de crédito por parte de pessoas físicas e de pequenas e médias empresas e com isso nossa carteira de crédito total deve crescer entre 8% e 11% no ano de 2019, o que deve levar a um crescimento entre 9% e 12% da margem financeira com clientes. Nosso custo do crédito deve fechar o ano de 2019 entre R$ 14,5 bilhões e R$ 17,5 bilhões. Para as receitas de serviços e seguros, nossa projeção é de um crescimento entre 2% e 5%, enquanto nossas despesas não decorrentes de juros deverão crescer entre 3% e 6%”, projeta o executivo.

“Fizemos uma renovação da nossa marca com o objetivo de inspirar uma nova conexão com o cliente” Octavio de Lazari Júnior, Diretor do Bradesco

O Bradesco, em 2018, viu seu lucro subir 14%, superando R$ 21, 6 bilhões, com destaque para a melhora da composição da carteira de crédito, que cresceu 8%, enquanto a inadimplência se manteve em queda durante todo o ano. “Foi um exercício especialmente positivo pela qualidade dos números. Eles são reveladores da energia e foco do nosso quadro de funcionários em cumprir ou superar os desafios comerciais colocados em nosso orçamento. Em que pese o cenário, que teve eventos inusitados como uma greve de caminhoneiros que surpreendeu pela intensidade, conseguimos crescer os indicadores de eficiência, elevamos a rentabilidade para a casa dos 20% e reiteramos a solidez da nossa base financeira”, diz Lazari Junior. As projeções para este ano são positivas. “O resultado do primeiro semestre já sinaliza esse contexto. Tivemos lucro de R$ 12,7 bilhões, que representou forte crescimento de 23,7%.”

Em 2018, Itaú comemorou dez anos da fusão com o Unibanco

Inovação

Os investimentos em inovação e tecnologia também estão no radar das instituições. O Itaú Unibanco atingiu a marca de 11,1 milhões de correntistas pessoas físicas que utilizam os canais digitais via internet ou aplicativos em dezembro de 2018. Mais de 600 mil contas foram abertas no aplicativo Abreconta no ano passado, de forma totalmente digital, o que representa um aumento de 215% quando comparado aos dados de 2017.

Outra iniciativa ligada a tecnologia é o Cubo, um dos maiores hubs de empreendedorismo do mundo, um espaço de inovação fantástico. “A oportunidade que estamos tendo de conviver com as startups, não apenas vivenciando novas tecnologias, mas aprendendo novas formas de trabalho tem sido muito importante para o banco”, diz Broedel.

“Mesmo em um ano desafiador, conseguimos entregar aumentos de retorno e resultado” Alexsandro Broedel, Diretor executivo de Finanças e Relações com Investidores do Itaú Unibanco

“Consolidamos o next, um banco digital lançado em 2017, cujo principal diferencial é a sua total independência em relação ao criador, o Bradesco. Temos consciência de que vivemos um novo tempo, disruptivo e inovador. Lançamos a Bia, Bradesco Inteligência Artificial, que é a primeira experiência concreta e em larga escala para prestação de serviços ao cliente de uma empresa brasileira com esse dispositivo.”

A tecnologia, segundo Lazari Junior, tem grande importância dentro da instituição, que investe em inovação interna, inteligência artificial, em startups e em um espaço de co-inovação, chamado Habitat.

 

Metodologia/Bancos: Olhar específico

Análise das corporações da área financeira se debruça sobre quatro indicadores: ativo total, receita líquida, Ebitda e a relação entre Ebitda e ativos totais

Para os grupos do setor financeiro, existe uma metodologia específica, com critérios semelhantes aos usados para todas as demais empresas que não são da área de finanças. Os indicadores analisados para este ranking, que identificou os bancos Bradesco e Itaú Unibanco empatados na liderança, são quatro no total.

Foram investigados os números do ativo total (bens e direitos da corporação), receita líquida, Ebitda e a relação entre Ebitda e ativo total.

Na metodologia desenvolvida principalmente pela empresa Austin Rating, os quatro indicadores foram analisados a partir de duas formas.

Quanto ao porte dos grupos analisados, se considerou de forma quantitativa os quatro indicadores: ativo total, receita líquida, Ebitda e a relação entre Ebitda e ativo total. Os três primeiros itens estudados receberam peso dois. Enquanto o quarto, e último, foi considerado como peso 1. A comparação feita seguiu dados de dezembro de 2017 e dezembro de 2018.

O desempenho qualitativo das empresas, entre dezembro de 2015 e dezembro de 2018, também foi analisado, para saber como cada grupo se comporta dentro de sua área de atuação. Neste campo de análise, foram utilizados três indicadores que também entraram na cesta sobre o porte das companhias: ativo total, receita líquida e Ebitda. Todos eles tiveram peso 1.

A partir de todas as análises e cruzamentos de dados de 35 grupos financeiros é que se chegou ao ranking atual, publicado nas próximas páginas do Estadão Empresas Mais de 2019. Os números usados em todos os estudos são os divulgados pelas empresas em seus próprios balanços.