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Empresas assumem o papel de agentes da transformação
Muitos dos avanços que serão engendrados na COP28, a 28ª edição da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que se inicia hoje em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, partirão de uma premissa: a de que é possível proteger a natureza, contribuir para um futuro mais sustentável e, ainda assim, obter lucro – que, afinal de contas, é o objetivo de toda empresa.
Diversas organizações brasileiras, dos mais diferentes setores, já perceberam o quanto essa equação é possível e necessária para o momento que o País vive, de transição para a economia verde. Um exemplo vem da Lojas Cem, tradicional rede de varejo com 306 lojas físicas. Nos últimos três anos, 94% dessas lojas passaram a ser abastecidas por energia solar. “As demais – 6% – não têm condições de instalação dos equipamentos, por circunstâncias das construções, mas recebem o excedente das demais”, descreve o diretor de lojas, José Domingos Alves.
A experiência foi ampliada para o Centro Administrativo e de Distribuição, localizado na cidade paulista de Salto, onde a Lojas Cem foi fundada em 1952. Ali, aproveitando os imensos telhados dos 234 mil m2 de área construída, a empresa instalou no ano passado a maior fazenda fotovoltaica suspensa do País, com capacidade para abastecer uma cidade de 44 mil habitantes. Além do benefício coletivo, por reduzir a pressão sobre a rede pública de abastecimento de energia, a iniciativa logo estará dando lucro: a previsão é de que o investimento total de R$ 60 milhões para ter 100% de energia limpa se pague num horizonte de cinco anos.
Pauta ambiental
A operadora de telefonia TIM definiu uma série de metas ambientais, todas com indicadores mensuráveis e atreladas a ações e investimentos. Essas metas representam a continuidade de uma atuação que já trouxe reconhecimentos à empresa, como ser a integrante do setor de telecomunicação há mais tempo – 15 anos – presente na carteira do Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3.
“O setor de telecomunicações já é, por origem, um impulsionador de práticas sustentáveis. Faz isso, por exemplo, ao reduzir distâncias, deslocamentos e emissões por meio da digitalização”, diz Mario Girasole, vice-presidente de assuntos regulatórios e institucionais da TIM. Além dessa vocação natural, o portfólio de ações ambientais da empresa inclui trunfos como ter 100% de energia limpa no consumo total. Essa marca resulta de um projeto de geração distribuída complementado com aquisição no mercado livre e com a compra de certificados de energia renovável.
Um dos objetivos é reduzir o consumo de energia sem sacrificar a qualidade dos produtos e serviços. A empresa tem a meta de aumentar a ecoeficiência do tráfego de dados em 110% até 2025. As ações nessa frente já estão dando resultado: no ano passado, mesmo com o tráfego de dados tendo crescido 19%, o consumo de energia correspondente aumentou em apenas 3%, por conta das ações de incremento da ecoeficiência.
“O setor de telecomunicações já é, por origem, um impulsionador de práticas sustentáveis. Faz isso, por exemplo, ao reduzir distâncias, deslocamentos e emissões por meio da digitalização”.
Mario Girasole, vice-presidente de assuntos regulatórios e institucionais da TIM.
Expansão sustentável
Depois de realizar a abertura do capital na B3, em abril de 2021, a Blau Farmacêutica – focada na produção de medicamentos de alta complexidade para o segmento hospitalar – reforçou a estrutura de governança para contemplar as demandas crescentes por sustentabilidade. Instituiu o novo Comitê ESG em 2022 e criou a Diretoria de Gente, Gestão e ESG, para apoiar todas as ações relacionadas à temática dentro da empresa.
Algumas das ações voltadas ao pilar ambiental incluem a aquisição de caminhões elétricos para distribuição na cidade de São Paulo, o Programa Aterro Zero (com o objetivo de eliminar o envio de resíduos não recicláveis e orgânicos a aterros), a criação de um programa de logística reversa de medicamentos domiciliares e a redução em 70% no volume de água descartado no processo produtivo, por meio de equipamentos mais eficientes e de processos de reutilização.
Com 1.900 funcionários e faturamento anual de R$ 1,4 bilhão, a empresa deve dar novo salto de crescimento com o complexo industrial em construção na Zona Industrial de Suape, em Cabo de Santo Agostinho (PE), com início da produção previsto para 2027. “Nosso compromisso é de que a obra siga diretrizes de construção sustentável, como uso eficiente de recursos naturais, gestão de resíduos e emissões de gases e eficiência energética, entre outros aspectos. Buscaremos a Certificação LEED, um reconhecimento global da sustentabilidade na indústria”, descreve Marcelo Hahn, CEO e fundador.
Imagem: Adobe Stock