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Rede Fogo de Chão é vendida para o fundo Bain Capital por US$ 1,1 bi

Rede Fogo de Chão é vendida para o fundo Bain Capital por US$ 1,1 bi

Cristiane Barbieri, Estadão Conteúdo

Apesar de o valor da transação não ter sido revelado, a agência de notícia Reuters informou que o negócio ficou em US$ 1,1 bilhão (R$ 5,47 bilhões), incluindo dívidas.

De acordo com a Bain, os recursos serão destinados ao crescimento e à expansão do número de lojas. A Fogo de Chão continuará a ser operada pelo mesmo time de gestão, liderado por Barry McGowan. Sob seu comando, a rede expandiu-se rapidamente e cresceu mais de 15% ao ano, por três anos consecutivos. A primeira venda da empresa ocorreu em 2011, quando os irmãos Arri e Jair Coser, fundadores do restaurante, abriram mão do negócio por US$ 200 milhões (R$ 997 milhões).

A Rhône Capital detinha a Fogo de Chão desde 2018, quando fechou a compra por US$ 560 milhões (R$ 2,79 bilhões). A expectativa é de que o negócio, anunciado anteontem, esteja concluído até setembro. O faturamento em 2022 foi de US$ 545,8 milhões (R$ 2,7 bilhões).

O comunicado da aquisição não menciona se a empresa abrirá capital novamente. A Fogo de Chão chegou a ter capital aberto na Nasdaq de 2015 a 2018. Era esperado que empresa controladora, a Fogo Hospitality, fizesse sua oferta inicial este ano.

Recentemente, em entrevista ao Estadão/Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, a empresa disse que pretendia ampliar a sua presença internacional, começando pela abertura de uma nova unidade no Canadá, que será inaugurada em 2024. Outros mercados que estão na mira são México, Turquia, Egito e Israel, além de países da Europa Oriental.

O Canadá foi uma escolha estratégica da companhia. A proximidade geográfica entre o nordeste dos Estados Unidos e Toronto facilita a conexão comercial e atrai consumidores de toda a região. Hoje, a marca tem mais de 50 restaurantes, sendo oito no Brasil e o restante no exterior, especialmente nos Estados Unidos.

 

Pronúncia

A empresa chega até mesmo a ensinar a pronúncia do seu nome em português (“fogo-dee-shoun”) em seus documentos financeiros. “Com mais de 45 anos de experiência, a marca busca trazer autenticidade para cada cidade em que está presente, levando consigo a tradição e a reputação mundialmente reconhecida do churrasco brasileiro”, afirmou recentemente McGowan. “Você pode comer ribeye (filé de costela) ou carne grelhada em qualquer lugar do mundo. Mas dizemos que conquistamos o consumidor logo de primeira quando ele prova a picanha e a fraldinha”, disse McGowan ao Estadão, em entrevista publicada no mês passado.

Não é a primeira vez que a rede muda de controlador. O fundo de investimentos brasileiro GP Investments comprou uma parcela do negócio em 2006. Em 2012, fechou acordo de US$ 400 milhões (R$ 2 bilhões) para a venda da participação para o fundo americano Thomas H. Lee Partners, que assumiu o comando do negócio.

 

Pratos veganos

Apesar de ser primariamente um restaurante voltado ao churrasco, a Fogo de Chão passou a oferecer pratos veganos, além de cortes que tradicionalmente não agradavam ao paladar dos consumidores. Um exemplo é o cupim, que acabou sendo removido do menu. A rede foi fundada em 1979 pelos empreendedores brasileiros. A primeira unidade foi inaugurada em Porto Alegre (RS). A primeira unidade nos Estados Unidos foi aberta em 1997, no Texas. (COM DOW JONES NEWSWIRES)

Créditos da Imagem: Getty Images