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Entrevista Rodrigo Galindo, CEO da Cogna
Quais foram os desdobramentos da pandemia no setor de educação no ensino superior e educação básica?
Certamente a aceleração da digitalização do ensino é um dos principais desdobramentos da pandemia para a educação brasileira. Estudantes, educadores e professores de todas as partes, da educação básica à superior, passaram a conviver e aprender intensamente com o ensino remoto, constatando o quanto o ensino digital agrega valor e comporta múltiplas possibilidades de aprendizagem. A questão é que a educação que surgirá no pós-pandemia e, em definitivo, terá a tecnologia como uma aliada indispensável. O ensino tende a ser cada vez mais híbrido, baseado em dados.
O que fica, o que entra e o que sai em termos de conteúdo e tecnologia?
No ensino superior, um dos principais legados é a desmistificação do Ensino a Distância. Na Kroton, nossa divisão B2C do Ensino Superior, observamos um crescimento acelerado no volume de captação no ensino digital (32% na comparação entre o terceiro trimestre de 2020 e o de 2019). Isso tanto para os cursos híbridos quanto remotos.
Há uma maior aceitação dos alunos ao modelo digital, cuja proposta de valor em termos de qualidade, conveniência e custo fica cada vez mais clara. É importante destacar que o ensino presencial nunca deixará de existir. No segmento de educação básica, a pandemia catalisou uma série de decisões sobre o uso da tecnologia em sala de aula.
Quais são as expectativas para os próximos anos?
A pandemia acelerou ainda mais o processo de digitalização do ensino superior. O aluno, antes resistente ao ensino digital, agora prefere um curso híbrido equivalente, pois percebeu que esse curso pode entregar qualidade, com menor custo. Quando iniciamos a nossa jornada de transformação digital, percebemos que a receita de sucesso que nos trouxe até aqui não seria a mesma a nos oferecer êxito no futuro. Precisávamos mudar para continuar oferecendo as melhores soluções para os nossos alunos e para sermos mais ágeis, inovadores e preparados para gerar a disrupção em nosso negócio. Vencemos a barreira cultural da digitalização do ensino. Agora iniciamos uma nova e relevante jornada de transformação na companhia avaliando novos potenciais segmentos no ensino superior, respeitando contextos com oportunidades diferentes e que demandam foco e ações distintas.
Quais lições que a pandemia deixa para a instituição?
As melhores empresas são aquelas que possuem a capacidade de se adaptar aos diferentes cenários que se apresentam e entendemos que nosso movimento de transformação digital fará a diferença no novo mundo que encontraremos pós-covid-19.