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Shopee diz não se preocupar com taxação e planeja elevar investimentos para acelerar entregas
Por Lucas Agrela e Renée Pereira
A Shopee afirmou que a medida aprovada na terça-feira, 28, pela Câmara dos Deputados, que estabelece alíquota de 20% de imposto de importação para produtos de até US$ 50 não é um ponto de preocupação para a empresa. Segundo o líder de marketing e crescimento na Shopee, Felipe Piringer, hoje o foco na operação da plataforma online é a operação local, apesar de ter sede em Singapura.
Piringer diz que 90% dos vendedores da plataforma são brasileiros e que, entre os produtos vendidos por lojistas brasileiros na Shopee, 85% têm origem nacional. “Vemos a taxação dos importados com bons olhos. A Shopee é focada no ecossistema local, focada em conectar milhões de brasileiros. Qualquer medida do governo que for apoiar isso, que for ajudar a gente a desenvolver isso aqui no Brasil, a gente é a favor.”
Segundo ele, consumidores que gostavam de comprar um produto importado ou usavam aplicativos que focam mais em produtos de importação vão achar os produtos de vendedores brasileiros com qualidades similares, com preços similares, com frete grátis na Shopee.
Apesar da taxação, a Shopee diz que irá focar seus esforços nos investimentos para aumentar a velocidade de entregas de produtos comprados no aplicativo. Hoje, a empresa tem 11 centros de distribuição no Brasil, e 100 hubs de distribuição de produtos para atender o mercado nacional.
São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro são, respectivamente, os Estados onde a asiática mais vende. No total, a companhia tem mais de 100 milhões de produtos anunciados por 3 milhões de vendedores. Para as entregas, a plataforma tem uma rede de 20 mil motoristas parceiros.
No momento, uma das prioridades da empresa é acelerar as entregas no Norte do País, onde a Shopee inaugurou recentemente um hub logístico. De lá, os produtos armazenados são levados direto para a casa do comprador. A estratégia também é utilizada pelo concorrente argentino Mercado Livre no Nordeste.
Em 2020, a empresa deu início às operações do novo polo logístico na Bahia, o primeiro instalado na região. Em agosto de 2023, o marketplace anunciou a abertura de um segundo centro de distribuição, desta vez em Pernambuco, com expectativa de início de funcionamento para o primeiro semestre de 2024.
Combate à pirataria
A empresa também diz que mantém esforços de combate à pirataria. Em 2022, a Anatel apreendeu cerca de 2 mil produtos não homologados, como celulares e relógios, com valor total estimado em R$ 53 mil. A operação foi realizada em centros de distribuição da companhia na região metropolitana de São Paulo, principal mercado da Shopee no País.
Para evitar a venda de produtos pirateados, tem trazido para sua plataforma marcas oficiais. Nomes como Motorola, Xiaomi, Reserva e Hering integram as mais de 500 lojas oficiais no aplicativo.
Finanças
Controladora da Shopee e da empresa de games Garena (responsável pelo título Free Fire), a Sea encerrou o ano passado com um lucro líquido de US$ 162,7 milhões, revertendo um prejuízo de US$ 1,7 bilhão registrado em 2022. Foi a primeira vez que a empresa reportou lucro anual desde que abriu capital em Nova York. A receita anual da Sea cresceu 5%, chegando a US$ 13 bilhões. A área de e-commerce da Sea, representada pela Shopee, teve receita de US$ 9 bilhões em 2023, alta de 23,5% ante 2022.
No Brasil, a margem de contribuição melhorou em 89% no quarto trimestre de 2023, com a perda por encomenda reduzida para US$ 0,05. No primeiro trimestre deste ano, o valor caiu ainda mais, indo para US$ 0,04. No fim de 2022, a Shopee aumentou a cobrança de taxas de lojistas no País, que é um dos principais mercados da empresa no mundo.
Shopee diz não se preocupar com taxação e planeja elevar investimentos para acelerar entregas
Foto: Ajeng Dinar Ulfiana / Reuters