previdência privada é uma grande aliada dos brasileiros que querem ter tranquilidade financeira na terceira idade, e a tramitação da reforma da Previdência acendeu a luz vermelha de muitos trabalhadores, que consideram que depender apenas da aposentadoria pública não será suficiente para ter uma independência financeira no futuro.

Esse é o caso, por exemplo, da empresária Mariana Alves, de 26 anos. “Em janeiro, contratei um plano de previdência focando no meu futuro. O meu objetivo é manter o padrão de vida que tenho hoje quando eu me aposentar”, diz Mariana, que continua contribuindo com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Ela guarda todos os meses R$ 420 com a intenção de se aposentar aos 60 anos com o salário atual.

O clínico geral Anthony Gueratto Klepp, de 32 anos, também resolveu incluir a previdência privada entre os seus investimentos. O médico pretende ter 40% dos seus rendimentos na aposentadoria vindos do plano que assinou no início deste ano. Os outros 60% virão de investimentos em renda fixa e variável. Sua intenção é se aposentar aos 60 anos. “Como sou profissional liberal, é fundamental que eu me organize para ter tranquilidade financeira no futuro”, diz.

Com essa estratégia, Mariana e Klepp farão parte do 1% de trabalhadores que consegue manter suas despesas pessoais com sua própria renda durante a aposentadoria. O consultor de finanças pessoais Reinaldo Domingos comenta que, quanto antes iniciar os aportes, menor será o esforço que a pessoa terá de fazer para garantir tranquilidade na aposentadoria. Isso porque os juros compostos por mais tempo garantem volume maior de recursos no fim do plano. “Para os mais jovens, aconselhamos destinar 10% do rendimento para a previdência privada e assim garantir uma renda semelhante à atual na aposentadoria. Para pessoas com mais idade, esse porcentual tem que ser aumentado. Com 40 anos, por exemplo, é necessário ampliar para 20% do salário”, comenta.

Ele calcula que, para ter uma renda mensal de R$ 2.000 aos 60 anos, um trabalhador com 30 anos deve guardar mensalmente
R$ 200, com correção anual de 10% do valor depositado. “Considerando um plano de previdência com taxa de 0,65%, esse trabalhador vai precisar de 26 anos e 9 meses. Portanto, vai alcançar uma aposentadoria sustentável antes dos 60 anos de idade”, diz o consultor ao comentar que é fundamental não retirar todos os juros mensalmente para garantir a capitalização dos recursos.

No entanto, se a pessoa já tem 40 anos, vai precisar de esforço maior para alcançar a mesma renda com cerca de 60 anos. Conforme os cálculos do especialista, um trabalhador com 40 anos terá de contribuir com R$ 400 por mês para se aposentar com uma renda média de R$ 2.000 aos 62 anos.

MAIS RESERVA

De acordo com dados da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi), as reservas dos planos de previdência privada aberta totalizaram R$ 857,9 bilhões no primeiro trimestre de 2019, volume 10% superior ao do mesmo período do ano anterior. “São 13,1 milhões de participantes. Se fôssemos um país, seríamos maior que Bolívia e Portugal, por exemplo”, diz Jorge Nasser, presidente da FenaPrevi. Pesquisa FenaPrevi Ipsos, feita no ano passado, mostra que 60% dos entrevistados consideram necessário ter um plano complementar de previdência.

De fato, a expectativa de vida está aumentando e com ela a necessidade de se planejar para o futuro. “Em 1940, a expectativa de vida ao nascer era de 45 anos. Em 2016, subiu para 76 anos”, comenta o representante da entidade ao afirmar que em 2016 o País tinha 24 milhões de pessoas com mais de 60 anos e as projeções mostram que em 2060 serão 73,5 milhões. Ele cita que no Brasil a reserva de previdência representa cerca de 12% do PIB (Produto Interno Bruto). No Reino Unido, esse porcentual sobe para 96%.

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Para cada perfil, um plano de previdência privada

Uma característica importante dos planos de previdência é ter a administração dos recursos com profissionais qualificados para fazer a gestão do investimento. Além disso, os planos oferecem ao investidor opções adequadas a diferentes perfis, e a possibilidade de aportes mensais garante que o trabalhador conseguirá atingir seu objetivo no fim do processo.

Rebeca Toyama, especialista em desenvolvimento humano, destaca que a estratégia de escolher uma previdência demanda comparar inúmeras variáveis como: taxa de administração, taxa de carregamento, vantagens tributárias, necessidade ou não de uma complementação de um seguro de vida. “Mas também considerar o apetite por risco, que dependerá muito do perfil comportamental do cliente”, ensina a especialista.

A contratação de um plano de previdência privada não tem de ser uma decisão para a vida toda. O investidor tem o direito de mudar o plano contratado ou trocar de instituição. Para isso, no entanto, é necessário observar o período de carência definido pelos fundos. A transferência só é permitida na modalidade do plano original, não sendo possível a troca de Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL) para Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) e de PGBL para VGBL.