Quando falamos de um gerente ou um diretor da área financeira, o MBA é obrigatório.” “O profissional que não tem um diploma desses não alcança cargos de liderança.” “Se não tiver MBA, nem chamamos para conversar.” Essas são apenas algumas das afirmações de especialistas em coaching, recrutamento e seleção de executivos com os quais o Estadão conversou para entender a importância de ter um curso de MBA (da sigla, em inglês, de Master in Business Administration) para crescer na carreira em finanças. Todos eles garantem que esse diploma nunca foi tão importante para o profissional que almeja cargos de liderança na área em grandes empresas e organizações multinacionais.

A explicação é simples: cada vez mais o mercado procura nos profissionais de gestão habilidades relacionadas diretamente a processos estratégicos e gerenciais. Mesmo que eles ocupem cargos que até pouco tempo atrás demandavam basicamente conhecimentos específicos, como é o caso da área financeira. “Hoje, muitas pessoas à frente dos departamentos financeiros em grandes companhias não têm formação acadêmica em ciências contábeis ou economia”, afirma Luciana Tegon, sócia-diretora da Consultants Group by Tegon, consultoria especializada em recrutamento, seleção, outplacement e recolocação de executivos. “Com a mudança de perfil dos gestores, o mercado busca aqueles que tenham visão sistêmica, dominem processos administrativos como um todo e, mais importante, estejam alinhados com as mais recentes práticas de mercado. São habilidades adquiridas em um MBA”, explica a especialista.

As seguidas crises financeiras vividas em diferentes economias globais também têm contribuído para valorizar a especialização em finanças, de acordo com Ana Paula Montanha, presidente da Jobplex no Brasil. “Com episódios de hiperinflação, depressão por instabilidade política, reflexo de crise em grandes economias globais, é cada vez mais importante para as empresas contarem com profissionais que saibam usar conhecimentos em gestão para reduzir os impactos desses adventos nos resultados de suas organizações”, afirma. “Além disso, com os negócios acelerando no mercado global, passou-se a exigir habilidades de vendas, marketing, análise de concorrência e planejamento estratégico, que fazem parte do currículo de um bom MBA”, conclui.

Para Márcia Almström, diretora de marketing e recursos humanos do ManpowerGroup, consultoria global especializada em soluções para a contratação e gestão de pessoas, o MBA é hoje como se fosse uma certificação para um nível de diretoria. “O profissional sênior que procura esses cursos está buscando um desenvolvimento acadêmico, sim. Mas, igualmente, ele deseja uma formação estratégica, que complemente conhecimentos específicos obtidos em uma primeira graduação, preparando-o para melhores oportunidades na carreira”, explica. Por isso, é importante se certificar da qualidade do MBA. O conselho é analisar as escolas, os currículos e a experiência de mercado dos professores, e procurar instituições renomadas, que figurem entre as 30 do mundo. Algumas empresas nem entrevistam candidatos que não tenham se especializado nas instituições consideradas de primeira linha.

Marcia Almström, do ManpowerGroup: desenvolvimento de habilidades relacionais também é valorizado

Outra dica é dar preferência aos cursos cujos currículos levem em conta as chamadas People Competences: desenvolvimentos na área da inteligência emocional, flexibilidade e criatividade serão habilidades muito valorizadas, de acordo com Márcia, da ManpowerGroup. Ela cita um estudo recente da consultoria, que aponta a maior procura por profissionais com capacidade de se relacionar, criativos e flexíveis diante de diferentes situações. O levantamento indica, inclusive, que 65% dos empregos que a nova geração de profissionais ocupará em dois anos nem existe hoje – e um bom MBA em Finanças pode ser uma das formas de se preparar para essas novas oportunidades.

 0 HABILIDADES DESENVOLVIDAS EM UM MBA DE FINANÇAS

1 Melhor entendimento de análises estratégicas
2 Planejamento financeiro

3 Planejamento tributário

4 Inteligência emocional

5 Criatividade

6 Processamento de finanças corporativas

7 Capacidade de visão de médio e longo prazo

8 Gestão e liderança de pessoas

9 Visão amplificada da área de finanças

10 Networking

SAIBA MAIS EMguiadombaestadao.com.br